Preso nesta segunda-feira (16) por estuprar pelo menos duas mulheres sedadas durante cirurgias, o médico colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo também responde por armazenar e produzir pornografia infantil. Segundo relatório dos investigadores, há provas de que ele produziu ao menos 13 vídeos pela internet, com 10 crianças diferentes.
A produção, de acordo com a investigação, ocorreu entre 21 de março de 2019 e 20 de janeiro de 2021.
O estrangeiro vinha sendo investigado pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) desde dezembro do ano passado, quando houve um alerta do serviço de repressão a crimes de ódio e pornografia infantil da Polícia Federal.
Os investigadores acessaram a nuvem de dados do celular e dos computadores do médico, informações conhecidas como metadados, e descobriram que o anestesista armazenava 20 mil vídeos de pedofilia.
Alguns eram produzidos por ele: imagens de meninas de 9 e 10 anos, sem roupas.
Segundo a polícia, Andres criou um perfil falso nas redes sociais se passando por um adolescente para ganhar a confiança das crianças. Na troca de mensagens, ele pede que a menina grave um vídeo e finge ser da idade dela, dizendo que vai pedir ao pai para comprar alguma coisa.
Em outra conversa, ele pede: "faz vídeo também, gata, mas deixa no bate-papo, não bota pra apagar, por favor".
Confissão à polícia
Em depoimento, ele admitiu à polícia tanto ter abusado das pacientes quanto ter armazenado pornografia infantil.
“O declarante não sabe precisar o motivo pelo qual nutriu dentro de si a compulsão em ver e armazenar pornografia infantojuvenil”, narra o termo de declaração, a que o g1 teve acesso.
Segundo a polícia, Andres afirmou “que nunca chegou a abusar sexualmente de crianças, mas satisfaz sua libido vendo imagens e vídeos tanto de meninos quanto meninas”.
Além dos arquivos já identificados como sendo de abuso sexual infanto-juvenil, a PF informou que poderia haver arquivos com indícios de que o investigado praticava a técnica denominada de “Grooming”.
O mecanismo consistente no processo em que um suspeito estabelece uma relação de confiança e cria uma ligação emocional com a criança com a intenção de produzir conteúdo a ser compartilhado na internet invisível, reduto comum de distribuição e circulação de materiais pornográficos, mas de difícil fiscalização.
Segundo a polícia, Andres se valeu da criação de um perfil falso, que simulava uma criança, e a partir daí se aproximou das vítimas sugerindo troca de imagens e vídeos de cunho sexual.
“Encontramos gravações de tela de seu celular com conversas com crianças que enviavam fotos e vídeos. Como esses dispositivos se apagam, ele aproveitava para gravar e armazenar o conteúdo para utilização futura”, completou o delegado Luiz Henrique.
Estupro de pacientes
O colombiano informou que não contou com a participação de outras pessoas “para esfregar seu pênis nas pacientes”.
Ainda à polícia, Andres declarou “que aguardava a melhor hora (momento em que estivesse sozinho) e aproveitava”.
Abuso sem ser escalado
Outro fato que chamou a atenção dos investigadores é que em uma das cirurgias, por exemplo, Andres nem sequer estava escalado.
“O declarante esclarece que no caso não era o anestesista responsável, mas é comum que os médicos tenham acesso as pacientes no momento da pré e pós-cirurgia”, diz o termo.
Relembre a prisão
O anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, foi preso nesta segunda-feira (16) por estupro de vulnerável.
O médico se gravou abusando de pelo menos duas mulheres sedadas na sala de cirurgia. A polícia descobriu esses vídeos enquanto investigava Andres por exploração de pornografia infantil e localizou as vítimas, que se reconheceram nas mídias.
Fonte: g1
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