As Mesas Diretoras da Câmara e do Senado protocolaram nesta terça-feira (13) um projeto de resolução para estabelecer critérios de distribuição das emendas de relator, que ficaram conhecidas como orçamento secreto.
Segundo o relator-geral do Orçamento do próximo ano, senador Marcelo Castro (MDB-PI), a proposta deve ser analisada em sessão do Congresso já nesta quinta-feira (15).
O texto:
estabelece percentuais específicos das emendas para as cúpulas do Senado e da Câmara;
reserva parte das emendas para o presidente e o relator da Comissão Mista de Orçamento (CMO);
prevê que o restante das emendas será distribuído entre os partidos, de acordo com o tamanho das bancadas.
A medida irá beneficiar o PL, partido do atual presidente, Jair Bolsonaro, que elegeu as maiores bancadas tanto na Câmara quanto no Senado.
O PT, partido do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, fez a segunda maior bancada de deputados e também receberá grande parte dos recursos.
O que é o orçamento secreto?
O termo "orçamento secreto" diz respeito a um tipo específico de emendas parlamentares. São sugestões feitas por parlamentares ao relator-geral do Orçamento da União de cada ano.
Essa "cota do relator" no Orçamento era pequena e usada apenas para ajustes, mas cresceu nos últimos anos e chegou às dezenas de bilhões.
Diferentemente das outras emendas, a autoria de cada sugestão acatada pelo relator não era divulgada no sistema do Congresso – e com isso, não era possível rastrear a origem de cada indicação de recursos.
Desde 2021, quando o caso chegou ao STF e a ministra relatora Rosa Weber suspendeu a execução das emendas, o Congresso criou um sistema para divulgar a autoria das emendas.
O detalhamento, no entanto, ainda não é completo – e, por isso, o tema ainda é alvo de ações judiciais e questionamentos de órgãos ligados à transparência pública.
De olho no julgamento do STF
As regras foram propostas um dia antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) retomar o julgamento que discute se todas essas emendas de relator são constitucionais ou não.
Se o STF definir que as emendas ferem a Constituição, os parlamentares serão proibidos de usar o mecanismo no próximo ano – o que pode abalar a relação entre o Congresso e o novo governo.
Fonte: g1
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