Imagens de uma câmera de monitoramento mostram que o guarda municipal suspeito de balear um jovem negro de 28 anos, dentro de casa, em Mogi das Cruzes despejou cascas de banana em frente à casa da vítima no dia 9 de novembro. O ato é considerado racismo. A vítima levou um tiro no rosto e um nas costas e precisou passar por cirurgia.
Em conversa com o g1, Jefferson Azpilicueta, pai de Pedro Azpilicueta, disse que o guarda municipal José Carlos de Oliveira já havia descartado cascas de banana em diversas oportunidades anteriores. Ainda segundo o pai, era comum o suspeito proferir ataques racistas direcionados a toda a família da vítima. O g1 tenta localizar o advogado do suspeito.
O crime ocorreu na quarta-feira (23), na Avenida Ricieri José Marcatto, no distrito de César de Sousa. Segundo a família, o guarda atirou três vezes no jovem, que estava dentro de casa. A vítima foi atingida por dois disparos.
Nas imagens é possível ver o momento em que o guarda e o jovem discutem. Então, o suspeito vai até a frente da casa da vítima para agredi-la com uma barra de ferro. O jovem então começa a gravar com o celular. O atirador então chega com um revólver e atira enquanto a vítima tenta se esconder dentro da própria casa.
A vítima foi levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade e depois transferida para o Hospital Luzia de Pinho Melo, onde passou por cirurgia ainda na terça-feira. Segundo o pai, o jovem já está se recuperando no quarto.
Atitudes recorrentes
O pai ainda revela que, durante uma das diversas discussões que já teve com o guarda, o vizinho apontou uma arma em sua direção. "Ele colocou a arma em cima do carro e apontou pra mim".
"Vinha rolando durante um tempo esses ataques racistas", disse. "Macaco" e "preto sujo" seriam algumas das ofensas ditas constantemente pelo guarda à família. Questionado sobre por que não foi registrado boletim de ocorrência, ele disse que "não tinha como provar" os casos de racismo.
O pai do jovem disse que vive no local há cerca de 30 anos. Ele recordou que o guarda municipal mudou-se para a vizinhança por volta de 2015. Desde então, a família é insultada pelo vizinho. Jefferson ainda revela que, durante uma das diversas discussões que já teve com o guarda, o vizinho apontou uma arma em sua direção. "Ele colocou a arma em cima do carro e apontou pra mim".
Abertura de sindicância
O caso foi registrado pela Polícia Civil como tentativa de homicídio no 3º DP de Mogi. A polícia solicitou a perícia para a casa da vítima e também o exame de corpo de delito.
O g1 questionou, mas a Secretaria Estadual de Segurança Pública não informou se o guarda é considerado foragido. Em nota, a pasta informou que "a ocorrência segue em investigação por meio de inquérito policial instaurado pelo 3º Distrito Policial de Mogi das Cruzes, que analisa todas as circunstâncias relevantes ao caso. A Polícia Civil segue nas diligências visando ao completo esclarecimento dos fatos. Outros detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial".
A Prefeitura de Mogi informou que apura o caso em conjunto com a Corregedoria da GCM. O guarda foi afastado administrativamente e uma sindicância será aberta. Segundo a administração, o guarda municipal ainda não foi localizado para prestar esclarecimentos.
A Secretaria Municipal de Segurança informou que o guarda municipal não fazia parte das equipes que utilizam arma de fogo no exercício das funções. Além disso, segundo a pasta, o servidor estava licenciado do trabalho e a arma utilizada não pertence à Prefeitura.
Fonte: g1
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