Servidores do Ministério da Cidadania denunciaram a secretária nacional de Atenção à Primeira Infância, Luciana Siqueira Lira de Miranda, por assédio moral. Segundo a denúncia, Luciana deu declarações em tom de ameaça a servidores que não votaram em Jair Bolsonaro (PL). A denúncia foi obtida com exclusividade pelo Estúdio i, da GloboNews.
Na segunda-feira (31), Luciana Siqueira convocou toda a equipe para uma reunião. Cerca de 30 servidores participaram presencialmente e dez acompanharam o encontro de forma online.
O documento obtido pelo Estúdio i cita que a secretária disse "saber exatamente quem não votou no presidente, que essas pessoas pagarão pela Justiça divina, que Deus punirá a cada um que não souber ser fiel".
Além disso, conforme o documento, "a secretária reclamou da falta de lealdade de alguns da equipe, equiparou à traição de Judas e disse que quem vota em quem rouba não está com Deus. E disse a todos que vai infernizar todos os dias da próxima gestão e que o inferno não vai vencer o céu".
Antes da reunião, no domingo (30), Luciana já havia criticado quem votava em Lula em uma mensagem enviada no grupo institucional da secretaria. O texto foi enviado após a confirmação da derrota de Jair Bolsonaro na disputa pela Presidência da República.
"Quem votou no PT olha aí, já começaram bem! Orem porque essa secretaria acabou. Quem votou no PT obrigada por contribuir que nosso trabalho desça pelo ralo", escreveu.
Investigação
Luciana Siqueira não é funcionária de carreira do Ministério da Cidadania. Ela foi indicada ao cargo por Onyx Lorenzoni, ex-ministro do governo Bolsonaro e candidato derrotado ao governo do Rio Grande do Sul.
O pedido da indicação de Luciana ao cargo veio do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
Depois dos episódios no grupo institucional da secretaria e na reunião, servidores denunciaram Luciana ao Ministério Público Federal, à Ouvidoria do Ministério da Cidadania e à Controladoria-Geral da União.
Ninguém foi demitido ou transferido, mas as ameaças continuaram no trabalho.
O Ministério da Cidadania informou "que a denúncia já está em apuração preliminar pelos órgãos de controle interno. A pasta acrescenta que a investigação contará com a participação da Corregedoria e da Comissão de Ética Pública do órgão".
Fonte: g1
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