O setor de Inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) enviou um ofício à Wikipédia em que pede a exclusão da página sobre o diretor da corporação, Silvinei Vasques.
A PRF argumentou que a página sobre Silvinei na Wikipédia tem informações inverídicas que foram incluídas com o objetivo político de prejudicar a imagem da corporação e a do diretor.
Um dos trechos contestados pela PRF diz que Silvinei é bolsonarista. Outro, afirma que, na gestão dele, a PRF se envolveu em "polêmicas", como a morte de Genivaldo de Jesus que, abordado por agentes, morreu de asfixia em uma viatura da corporação.
Também foram listados os trechos que afirmam que a PRF desobedeceu ordem judicial e fez blitze para parar ônibus de transporte gratuito de eleitores no dia do segundo turno das eleições e que os agentes foram omissos em relação aos bloqueios ilegais de rodovias.
"A publicação sobre o servidor [Silvinei], que indiretamente atenta contra instituição pública, mediante atitude abusiva e de alcance maléfico, claramente merece ser rechaçada", argumentou a PRF no pedido à Wikipédia.
"Saliente-se que o conteúdo tem o viés nitidamente político e a inserção de informações pejorativas sobre o dirigente da Instituição ultrapassa os limites do exercício regular do direito de informar", acrescentou a corporação.
A PRF pediu também para a Wikipédia identificar quem foi o autor da edição na página de Silvinei.
Histórico
O nome de Silvinei ganhou mais notoriedade pública nos últimos dias, após as operações da PRF no dia do segundo turno das eleições.
Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na véspera do pleito, determinava que ônibus de transporte gratuito de eleitores não fossem parados.
Apesar disso, a PRF realizou blitze e parou mais de 600 veículos, com concentração maior na região Nordeste. Em explicação ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Silvinei disse que a fiscalização visava irregularidades nos veículos e não impediu que eleitores chegassem ao local de votação.
No dia anterior, Silvinei fez um post no Instagram pedindo votos no presidente Jair Bolsonaro, mas horas depois apagou o conteúdo.
A atuação da PRF foi questionada também após a eleição, quando apoiadores de Bolsonaro que não queriam aceitar a derrota do presidente fizeram bloqueios ilegais de rodovias. O Ministério Público apontou indícios de omissão por razões políticas da PRF.
A Polícia Federal abriu inquérito para investigar a atuação de Silvinei nos dois casos.
Fonte: g1
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