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sexta-feira, novembro 11, 2022

Para aliados, Lula erra ao dizer que 'mercado fica nervoso à toa'

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Aliados do presidente eleito Lula (PT) avaliaram ao blog que o petista errou ao dizer que "o mercado fica nervoso à toa".


Nesta quinta (10), ao discursar em Brasília, Lula questionou: "Por que as pessoas são levadas a sofrer por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal no país?".


Alguns analistas do mercado financeiro reagiram mal a essa declaração e, ao ser questionado sobre a repercussão negativa, Lula respondeu: "O mercado fica nervoso à toa. Eu nunca vi um mercado tão sensível como o nosso."


O dólar fechou esta quinta-feira com alta de 4%, motivada por incertezas de analistas do mercado sobre a política fiscal do futuro governo Lula e em razão do relatório de inflação, que apresentou alta acima das estimativas do mercado financeiro.



Para aliados de Lula, o presidente eleito deveria buscar ter os analistas do mercado financeiro como aliados. Dizem, ainda, que Lula precisará fazer sinalizações sobre qual será a política fiscal do futuro governo.


Caso contrário, alertam esses aliados, o dólar continuará subindo, assim como a inflação e, assim, o governo "dará com uma mão" o Auxílio Brasil de R$ 600 e irá "tirar com a outra" com os preços em alta.


Futuro ministro da Fazenda

Aliados de Lula ouvidos pelo blog avaliam que o presidente eleito deveria seguir a sugestão da senadora Simone Tebet (MDB-MS), integrante da equipe de transição, e anunciar o nome do futuro ministro da Fazenda.



Assim, avaliam, Lula conseguirá sinalizar ao mercado financeiro que o futuro governo terá responsabilidade fiscal e não entrará num novo período de gastança.


O blog já apurou, porém, que Lula tem dito a aliados que só anunciará o novo ministério em dezembro.


Dentro da equipe de transição, assessores de Lula destacam que o mercado já vinha concordando em dar uma "licença par gastar" neste início de novo governo, diante da necessidade de bancar programas como o Auxílio Brasil de R$ 600.


O que está faltando, reconhecem auxiliares, é indicar o que vem do outro lado, do controle das despesas. Até agora, admitem interlocutores de Lula, só se falou em aumento de gastos, e nada praticamente sobre segurar as despesas.


Bolsa Família fora do teto

O mercado financeiro também reagiu mal à decisão da equipe de transição de excluir, de forma permanente, o orçamento do Bolsa Família do teto dos gastos.


A opção foi criticada até por economistas que apoiaram a eleição de Lula, e gera dúvidas entre investidores sobre o real compromisso fiscal do novo governo.


Segundo eles, a exclusão temporária do Bolsa Família do teto é considerada como algo necessário, mas não pode ser permanente. O governo precisa viver dentro de suas possibilidades, alertam aliados de Lula, porque, caso contrário, as incertezas na economia vão aumentar.


Fonte: Blog do Valdo Cruz

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