Aliados do presidente eleito Lula avaliam que o PT terá de ceder espaços no governo e retirar vetos a alguns nomes de partidos aliados para aprovar a PEC que, entre outros pontos, garante os R$ 600 mensais do Auxílio Brasil (que voltará a se chamar Bolsa Família).
Na avaliação de interlocutores de Lula, o PT precisa mostrar que realmente vai governar como uma frente ampla (como prometeu o então candidato nas eleições deste ano), sem vetar nomes de aliados para a Esplanada dos Ministérios, como o da senadora Simone Tebet (MDB-MS) para o futuro Ministério do Desenvolvimento Social.
Nos bastidores, uma ala do PT vem demonstrando resistência à indicação de nomes para áreas que a legenda classifica como estratégicas para a sucessão de Lula daqui a quatro anos.
Entre essas áreas estão os ministérios da Fazenda, da Educação, da Saúde e do Desenvolvimento Social, além da Casa Civil e da Secretaria de Governo.
"Se o PT quiser ser o dono do jogo, comandando as principais áreas, não vai funcionar. Lula precisa sinalizar desde já que isso não irá acontecer para aprovar a PEC do Bolsa Família", disse ao blog um aliado do presidente eleito.
O texto da PEC do Bolsa Família vai ser apresentado nesta semana. Na quarta-feira (23), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, vai se reunir com líderes e presidentes dos 14 partidos que apoiam o governo eleito de Lula. Partidos de oposição também serão convidados.
O PT quer aprovar a PEC do Bolsa Família com uma licença para gastar de até R$ 198 bilhões, retirando o programa social do teto dos gastos públicos durante todo o mandato de Lula. Aliados resistem a essa proposta. Querem reduzir a licença para gastar a R$ 70 bilhões, valor que banca o adicional de R$ 200 para o Bolsa Família, mais R$ 150 para famílias com filhos até seis anos de idade.
Fonte: Blog do Valdo Cruz
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