O Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, criticou nesta terça-feira (15) os "líderes e empresários" que vão de "jatos particulares" à Conferência do Clima da ONU, a COP 27.
"Filantropos, líderes e empresários e seu sempre exagerado número de assessores vieram em jatos particulares ao luxuoso balneário do Mar Vermelho para cobrar metas de redução de emissões dos outros, sugerindo carros ultramodernos a hidrogênio ou 100% elétricos, completamente desconexos da realidade de diversas regiões do Brasil e do mundo", afirmou.
"Os governos têm a responsabilidade de atuar nesta agenda com racionalidade sem discursos populistas e utópicos", acrescentou Leite.
Na segunda (14), o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajou ao Egito para participar da COP 27, em um avião do empresário José Seripieri Junior, fundador da Qualicorp e dono da Qsaúde.
O ministro Joaquim Leite não mencionou o episódio em seu discurso. A viagem de Lula no Jato de Seripieri gerou reações nas redes sociais, com críticas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e defesa de lulistas.
"O problema não foi o avião fretado ou não fretado. Achei que era fretado. Porém, exige-se de Lula e Janja o exemplo moral, de maneira moralista. A inexistência de ilegalidade não importa. Melhor atender a exigência e não se incomodar com as armas do golpismo estrutural?", disse a filósofa Márcia Tiburi.
"Vamos lá: digamos que, sim, Lula está indo pra COP22 como convidado no tal jato (até agora a imprensa não apresentou prova nem fonte disto ou de que o voo não foi fretado; só há afirmações peremptórias e ilações maldosas e nada mais). Qual o problema?", diz o ex-deputado Jean Wyllys.
Justificativas
Ainda na segunda-feira (14), o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que não houve empréstimo da aeronave.
"A informação que eu tenho é que [o avião] não é emprestado. O proprietário está indo junto para a COP, então ele também vai participar da COP, está indo junto, não tem empréstimo, estão indo juntos no mesmo avião", afirmou Alckmin.
Ainda segundo o vice-presidente eleito, "estão indo mais pessoas, ex-governador, lideranças políticas, ambientais. Enfim, todos juntos".
O senador eleito Wellington Dias (PT-PI) também comentou o episódio em entrevista ao Roda Viva desta segunda-feira (14), minimizando o fato de Lula aceitar favor do empresário.
"Você tem uma situação em que o presidente eleito, ele ainda não é presidente da República, ele não se utiliza de voos do governo. E, sim, ele é uma pessoa física, eleita presidente, mas uma pessoa física, e ele, por conta disso, não tem qualquer regra que o impeça de pegar carona, seja de São Paulo para Teresina, seja de São Paulo para o Egito", disse Dias.
"Qualquer um de nós, tendo uma situação de não estar em nenhum cargo, alguém dá uma carona. Qual é o problema?", disse.
Lula embarcou no Aeroporto Internacional em Guarulhos, na Grande São Paulo, na manhã de segunda, e chegou ao Egito à noite.
Bolsonaro fora da COP27 e da reunião do G20
Já o presidente Bolsonaro não viajou para a COP27 e nem para a reunião da cúpula do G20, dois eventos globais importantes que ocorrem nesta semana.
Desde que perdeu as eleições, Bolsonaro tem saído pouco do Palácio da Alvorada – residência oficial da presidência da República.
Enquanto a COP27 discute as metas dos países para reduzir o aquecimento global, o G20 deste ano discute a Guerra na Ucrânia, além da possibilidade de uma recessão econômica em 2023.
Fonte: g1
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