O médio Vinícius Heurich, 40 anos, levou cerca de 40 horas para fazer o trajeto entre Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e Florianópolis, em Santa Catarina, em razão dos bloqueio de rodovias por apoiadores de Jair Bolsonaro que protestam contra o resultado das eleições. Parte do percurso de 460 km foi feito em uma moto, ano 1981, que ele comprou no caminho.
Heurich mora na capital catarinense, mas viajou para Porto Alegre na madrugada de domingo (30) para votar. A dificuldade ocorreu quando ele tentava voltar para casa. Em conversa com a reportagem do g1, ele contou que pegou um ônibus a meia-noite desta segunda-feira (31).
"Já na divisa com Santa Catarina teve a primeira barreira. A gente ficou preso por quatro horas e depois a gente conseguiu se deslocar até Sombrio, onde tinha um restaurante com algumas lojas", diz.
Já na manhã de segunda, ele relata que os passageiros ficaram em uma situação em que não tinham como voltar e nem como seguir viagem. Sem muitas informações em relação aos bloqueios ou sobre o período em que permaneceriam nessa situação, Heurich resolveu comprar uma moto que viu na vitrine de uma das lojas.
"Eu pensei que poderia ser uma solução, porque a moto talvez passasse [pelos bloqueios]", conta.
Segundo o médico, é uma moto de colecionador. "Falei com o vendedor, a gente negociou o valor, ele me ajudou bastante, a gente testou a moto, ele me mostrou algumas peculiaridades da moto de 1981", relata.
Após a compra, ele relata que fez os trâmites burocráticos para passar o veículo para o seu nome, quando terminou, já era final da tarde e chovia muito, então, ele resolveu dormir em um hotel e seguir viagem na terça-feira (1). Durante a viagem ainda enfrentou alguns problemas, como o velocímetro e o marcador de gasolina, que pararam de funcionar, e o pedal de ignição travou no meio do caminho.
Ele conseguiu chegar ao local de trabalho por volta das 17h. No total, ele disse que passou por quatro barreiras. Heurich diz que, se pudesse, teria evitado a aventura, mas entende que é preciso contornar situações ruins.
"Se sobra alguma coisa, é aprender que os problemas estão aí e a gente vai ter que lidar com eles", explica.
Ele afirma que vai manter a moto.
Fonte: g1
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