quarta-feira, novembro 30, 2022

Funcionária íntima da família real do Reino Unido é demitida após perguntar a britânica negra de onde ela realmente era

Uma funcionária íntima da família real britânica foi demitida de seu cargo após questionar a nacionalidade de uma visitante negra britânica no Palácio de Buckingham, informou nesta quarta-feira (30) um porta-voz da monarquia do país.


A rainha consorte Camilla do Reino Unido conversa com convidadas durante evento para divulgar ações de combate à violência contra mulheres e meninas, no Palácio de Buckingham, em 30 de dezembro de 2022. — Foto: Kin Cheung/Pool via AP


Segundo denúncias da vítimas que a família real não negou, a funcionária perguntou "de onde realmente era" a britânica Ngozi Fulani, fundadora de uma Organização Não Governamental que foi convidada para um evento promovido pela rainha consorte Camilla na terça-feira (29).


De acordo com Fulani, após responder que sua nacionalidade é britânica, a funcionária insistiu na pergunta e disse: "mas de onde você realmente é? De que parte da África?".



A funcionária, identificada como Lady Susan Hussey, é madrinha do príncipe William e foi dama de companhia da rainha Elizabeth II, segundo a rede britânica BBC, o que indica que se trata de uma das empregadas do Palácio de Buckingham com mais intimidade com a família real.

Por meio de uma rede social, a ONG de Fulani, a Sista Space, disse que Hussey chegou a mover o cabelo da convidada para vistoriar seu crachá apenas dez minutos depois do início da recepção. Na sequência, afirma a conta, a funcionária da família real fez os questionamentos, além de outras perguntas como: "De onde a sua gente é originalmente?".


A líder do Partido da Igualdade das Mulheres do Reino Unido, Mandu Reid, alegou ter testemunhado a conversa, e denunciou o caso a outros membros do Palácio de Buckingham.


Lady Susan Hussey, à esquerda, ao lado da princesa de Gales, Kate Middleton, durante evento oficial da família real em 2012. — Foto: Kirsty Wigglesworth/ AP

Em nota, o Palácio de Buckingham admitiu que o questionamento sobre a nacionalidade da convidada foi "inaceitável e profundamente lamentável".


"Nós tomamos esse episódio de forma extremamente séria e começamos imediatamente uma investigação para estabelecer os detalhes completos. Nesse sentido, comentários inaceitáveis e profundamente lamentáveis foram feitos", disse o palácio, em um comunicado.

A família real britânica pediu ainda desculpas a Fulani.


O episódio ocorreu durante uma recepção feita pela rainha Camilla para apoiar ações de combate à violência contra mulheres e meninas - como a organização em que trabalha a visitante ofendida. Entre as convidadas para o evento, estavam a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, a rainha Mathilde da Bélgica e a rainha Raina da Jordânia.


Acusações de Meghan Markle


Em março de 2021, em uma entrevista à apresentadora norte-americana Oprah Winfrey, a ex-atriz Meghan Markle, casada com o príncipe Harry, alegou que uma funcionária de Buckingham fez comentários racistas sobre a cor que o primogênito do casal teria.


Dias depois, o príncipe William, irmão mais velho de Harry, afirmou que "nós não somos em absoluto uma família racista".


Fonte: g1

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