Após a condenação a mais de 50 anos de prisão na esfera criminal pela morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, Flordelis deve enfrentar em breve um novo processo ligado ao caso.
Desta vez, na esfera cível e movido pela família de Anderson, que a processa por danos morais e pede uma indenização inicial de R$ 800 mil.
Esse tipo de ação é comum em casos de morte provocada e é entendida como um jeito de reparar "o sofrimento, a dor e o trauma provocados pela morte de um ente querido" pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Flordelis é processada pelo pai de Anderson, Jorge de Souza, que pede R$ 500 mil, pela irmã do pastor, Cláudia Maria Rodrigues de Souza, que pede R$ 200 mil, e ainda pela tia, que ajudou a criar Anderson quando criança, Nádia Henrique, que solicita R$ 100 mil. Ao todo R$ 800 mil por danos morais pela morte do pastor.
Como o senhor Jorge de Souza morreu no curso do processo, caso a ação seja concedida à família, o dinheiro será herdado pela filha Cláudia Maria.
"Como ela foi condenada na esfera criminal, o processo cível é bem mais rápido porque vai ser entendido como coisa julgada. Basta anexar a sentença do criminal e pedir a sentença indenizatória", explica a advogada Renata Mello Lobo, que é uma das representantes da família de Anderson do Carmo.
Questionada se a celeridade no processo pode ajudar a defini-lo ainda este ano, a advogada diz não acreditar.
"Estamos há menos de um mês do recesso do judiciário e ainda temos uma Copa do Mundo no meio, quando os tribunais adotam horários especiais de funcionamento. Mas acredito que no começo de 2023 essa ação deve ser definida", explica a advogada.
Medo de dilapidação do patrimônio
Em fevereiro desse ano, os advogados chegaram a pedir a decretação de arresto de bens e bloqueio de valores, para evitar a dilapidação do patrimônio de Flordelis, mas o pedido foi negado pela Justiça.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Flordelis foi a responsável por planejar o homicídio do marido, o pastor Anderson do Carmo, além de ter convencido o executor direto e demais acusados a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio, tendo ainda financiado a compra da arma e avisado sobre a chegada da vítima no local em que foi executado.
Ainda de acordo com as investigações apontadas na denúncia, o crime teria sido motivado porque Anderson mantinha controle das finanças familiares e administrava os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado às pessoas mais próximas da ex-deputada em detrimento de outros membros da família.
Flordelis foi denunciada em agosto de 2020 pelo Ministério Público. Segundo a denúncia, ela em conluio com outros denunciados, planejaram a morte de Anderson, que aconteceu na madrugada do dia 16 de junho de 2019, na casa da ex-deputada.
Em novembro de 2021, Flávio dos Santos Rodrigues, o filho que fez os disparos, foi condenado a 33 anos, 2 meses e 20 dias de prisão em regime inicialmente fechado por homicídio triplamente qualificado, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada.
Já Lucas Cézar dos Santos Souza, apontado por comprar a arma do crime, foi condenado na mesma ocasião a sete anos e meio por homicídio triplamente qualificado. Sua pena foi reduzida por ter colaborado com as investigações.
A Promotoria também apontou as tentativas de homicídio anteriores ao fato consumado, pela administração de veneno na comida e bebida da vítima, ao menos seis vezes, mas sem sucesso.
Fonte: g1
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