O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta terça-feira (8) que o partido fará oposição ao governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a partir do ano que vem. Sigla à qual o presidente Jair Bolsonaro é filiado e pelo qual tentou a reeleição em 2022, o PL apoiou Lula e esteve na base de apoio do petista quando ele foi presidente, entre 2003 e 2010.
Nas eleições de 2022, impulsionado pelo bolsonarismo e tendo como candidatos nomes ligados ao presidente da República, o PL foi o partido que mais elegeu deputados federais (99). Também terá a maior bancada do Senado em 2023 (15 cadeiras ao todo).
Em entrevista coletiva nesta terça, Costa Neto apontou que "a maioria dos deputados e senadores escolhida pela nação são defensores dos mesmos ideais que o PL defende" e que esses valores "foram glorificados" com a chegada Bolsonaro ao partido.
"Portanto o PL não renunciará às suas bandeiras de ideias, será oposição aos valores comunistas e socialistas, será oposição ao futuro presidente", disse Costa Neto, que é ex-deputado federal.
Em dezembro de 2013, Costa Neto foi preso após ter sido condenado a sete anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, dentro do processo que ficou conhecido como "mensalão".
Costa Neto foi questionado se o PL reconhece a vitória de Lula. Ele evitou responder diretamente, apesar de pouco antes ter dito que fará oposição ao novo presidente.
"Difícil, vamos ter que esperar o relatório do Exército amanhã. Temos diversos questionamentos que fizemos ao TSE, vamos esperar essas respostas", disse o presidente do PL.
Votação de projetos
De acordo com o presidente do PL, a oposição a Lula não impede que o partido vote, por exemplo, a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de transição, articulada pelo presidente eleito para viabilizar o pagamento de promessas de campanha, como o Bolsa Família no valor de R$ 600.
"Conversei longamente com o presidente Bolsonaro. Ele falou que todos esses assuntos têm que ser levados à bancada e resolvemos juntos. Se é de interesse público, e interesse do país, nós vamos votar a favor, mas tudo tem que ser muito resolvido junto", disse Costa Neto.
Ainda segundo ele, Bolsonaro será convidado para ser presidente de honra da sigla.
Ele disse que "quer pagar o maior valor que puder" como salário de Bolsonaro na função de presidente de honra do PL, mas negou que o partido irá alugar uma casa no Lago Sul, área nobre de Brasília, para o atual presidente da República morar.
Presidências da Câmara e do Senado
Segundo Costa Neto, o partido irá apoiar a reeleição do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em fevereiro do ano que vem. A contrapartida, segundo o ex-deputado, é que Lira apoie um nome do PL para a presidência do Senado.
Ele apontou que o PL fez as maiores bancadas na Câmara e no Senado e que, por isso, "não é possível que a gente não tenha a presidência de uma das Casas".
"Vamos apoiar Arthur Lira com a garantia que ele nos ajude e nos trabalhe a ter o nosso presidente do Senado", disse Valdemar. "Temos que compor na Câmara para ter sucesso no Senado."
Fonte: g1
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