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quinta-feira, novembro 03, 2022

Caminhoneiros relatam que foram obrigados a fazer bloqueios ou que estão presos no congestionamento

Em redes sociais, caminheiros que estão em pontos de bloqueios ilegais em rodovias do país relatam que foram obrigados por seus patrões a participar dos atos. Alguns também afirmam que não fazem parte do movimento e estão apenas presos no congestionamento gerado.


Bloqueio de caminhoneiros na altura do km 150, nos dois sentidos da Dutra, em São José dos Campos, interior de São Paulo, no dia 1º — Foto: LUCAS LACAZ RUIZ/ESTADÃO CONTEÚDO


Confederação de caminhoneiros diz que não existe paralisação da categoria, mas sim de "grupos armados" que não aceitam o resultado das eleições (leia abaixo)


Apesar dos apelos das autoridades paulistas, o estado de São Paulo ainda tem pelo menos 93 trechos de rodovias parcialmente interditados nesta quarta-feira (2) por grupos bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições, segundo o último balanço divulgado pela Polícia Militar, mas não há mais nenhuma rodovia totalmente interditada.


Ao g1, a esposa de um caminhoneiro, que pediu para não ser identificada, confirmou que o marido foi obrigado a aderir mesmo após votar em Lula (PT). Ela também afirmou que mesmo assim ele foi demitido.


"Meu pai está passando por isso em Água Boa (MT) na BR-158. A PRF não toma nenhuma atitude", diz um comentário em um vídeo no TikTok que relata uma situação parecida.


"O meu marido também está na estrada obrigado", conta outra usuária da rede social.


O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, classificou como "organização criminosa" os responsáveis pelos bloqueios bolsonaristas que estão sendo realizados nas rodovias do estado de São Paulo.


Sarrubbo afirmou ainda que investigações preliminares apontam que empresários estariam financiando os atos antidemocráticos.


Na quarta-feira (3), a Tv Globo flagrou um caminhão da empresa Bendini parada no bloqueio. Procurada pelo g1, a empresa informou que o "veículo não bloqueou a via, fomos também vítimas dos atos antidemocratas dos bolsonarista, o caminhão ficou preso a outros veículos sem poder sair do local, nosso colaboradores foram instruídos a não participar deste ato antidemocráticos".


A empresa informou também que foi prejudicada pelas paralizações "em nome da empresa Transportes Bendini, na minha atribuição de diretor no dia da instrução do STF dei as ordens a serem cumpridas ao meus liderados", continuou.


Trechos liberados

Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que vai se reunir agora cedo para avaliar toda a situação no estado e definir prioridades e ações para cada estrada.


A Tropa de Choque da Polícia Militar foi acionada novamente nesta quarta para fazer a desobstrução das vias.


Até agora, 193 trechos foram liberados.


"O trabalho da polícia é contínuo e sim, as tropas especiais Choque e BAEPs pelo interior apoiarão onde for preciso", declarou a SSP.


O que diz o sindicato e a SSP

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) afirma que "não existe paralisação de caminhoneiros".


"Quem está desrespeitando a Lei e impedindo o direito de ir e vir dos cidadãos e o trabalho dos caminhoneiros são grupos armados que não aceitam o resultado democrático e soberano das urnas", afirma instituição em comunicado.


"Esses grupos defendem a intervenção militar e volta da ditadura, pautas antidemocráticas que ferem à nossa Constituição, o direito de expressão e a liberdade individual."


De acordo com a SSP, existem caminhoneiros que querem participar do protesto e travam a estrada, tem caminhoneiros que estão ali só porque não conseguem passar, e há ainda baderneiros golpistas que pedem intervenção militar e fecham trechos de estradas e também protestaram na região do Ibirapuera.


Fonte: g1

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