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domingo, novembro 20, 2022

As polêmicas por trás do Koo, rede social indiana que viralizou no Brasil

As incertezas em torno do Twitter de Elon Musk fizeram com que brasileiros procurassem uma alternativa: o Koo (isso mesmo, Koo). Mas a rede social indiana está cercada de polêmicas em seu país. A plataforma surgiu em um momento tenso e, atualmente, é acusada de promover campanhas do governo e de ser tímida no combate ao discurso de ódio.


As polêmicas por trás do Koo, rede social indiana que viralizou no Brasil — Foto: Divulgação/Reuters


Lançado em março de 2020, o Koo ganhou popularidade na Índia em 2021, em meio a uma batalha de gigantes: o governo indiano e o Twitter.


O primeiro-ministro indiano Narendra Modi solicitou que o Twitter bloqueasse contas de agricultures contrários às medidas do governo. Segundo a "BBC" a rede do passarinho azul atendeu Modi, mas voltou atrás citando "justificativa insuficiente".



O embate entre Twitter e Modi continuou e o governo ameaçou processar os funcionários da empresa na Índia. O caso ganhou ainda mais tensão quando as empresas de tecnologia alegaram que uma nova lei local, que exigia que apps identificassem a pessoa que originou determinado conteúdo, iria afetar a liberdade de expressão e a privacidade de usuários.


O WhatsApp chegou a abrir um processo contra o governo da Índia por considerar a regra inconstitucional, violando direitos de privacidade das pessoas.


Migração para o Koo


O primeiro-ministro indiano Narendra Modi — Foto: Reuters via BBC


Insatisfeitos com as medidas do Twitter, integrantes do governo Modi e celebridades de extrema-direita migraram em peso para o Koo e, com eles, outros milhões de seguidores indianos, lembra o jornal "The Washington Post".


"Chegamos aos holofotes devido à tensão do Twitter com o governo, mas os usuários logo notaram que podem se expressar em sua língua materna apenas na nossa rede", disse o cofundador do Koo Aprameya Radhakrishna, em 2021, numa entrevista à "Bloomberg".


A divisão religiosa no país, muitas vezes cercada por tensão, ampliou o discurso de ódio no Koo, mas também em outras redes, como o Facebook. O Koo é acusado de promover propagandas do governo e de não combater eficientemente o discurso de ódio contra muçulmanos.


"Somos uma plataforma neutra e você não precisa se preocupar com nada disso que você falou. Use-o como se fosse seu", disse o cofundador do Koo Mayank Bidawatka em resposta a um seguidor que apontava as polêmicas da empresa.


Segundo os desenvolvedores, a empresa tem 200 funcionários, mais de 50 milhões de downloads e mais de 7 mil personalidades entre políticos e celebridades.


Várias personalidades do Brasil já criaram perfil no Koo: o ator e comediante Paulo Vieira, a cantora Clarice Falcão, o influenciador Casimiro e o ator Bruno Gagliasso são alguns nomes que já estão por lá.


Fonte: g1

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