Donald Trump prestou depoimento nesta quarta-feira (19) em um caso de difamação aberto em 2019 pela ex-jornalista E. Jean Carroll, que acusa o ex-presidente americano de tê-la estuprado na década de 1990.
Em 12 de outubro, um juiz do tribunal federal de Manhattan desconsiderou um pedido de Trump para adiar seu depoimento à Justiça, depois de passar três anos apresentando recursos contra essa acusação.
Na quarta-feira passada, o juiz nova-iorquino Lewis Kaplan intimou Caroll, de 78 anos, e Trump, de 76, para prestarem depoimentos nos dias 14 e 19 de outubro, respectivamente.
"Estamos satisfeitos de que, em nome de nossa cliente, E. Jean Carroll, pudemos receber hoje o depoimento de Donald Trump", indicou, em um e-mail enviado à AFP, o escritório de advogados Kaplan Hecker and Fink, que representa Carroll, sem dar mais detalhes.
Segundo o jornal The New York Times, o depoimento do ex-presidente foi feito por videochamada em sua residência de Mar-a-Lago, na Flórida. Por outro lado, não há informações sobre se Carroll depôs ao tribunal na última sexta-feira.
Neste caso de difamação, E. Jean Carroll, ex-colunista da revista Elle, apresentou um processo contra Trump na Justiça civil de Nova York em novembro de 2019.
A mulher acusa o ex-presidente de tê-la difamado ao tachar de "mentira total", em junho de 2019, a acusação de estupro em um provador de uma das grandes lojas de departamento em Nova York em meados dos anos 1990.
O então presidente republicano disse que não conhecia Carroll e que ela tampouco fazia "o seu tipo".
As dúvidas sobre se Trump deveria ser representado pelo governo americano no julgamento, pois ele era presidente no momento em que fez essas declarações, atrasaram as diligências processuais.
De acordo com vários veículos de imprensa dos Estados Unidos, os advogados do ex-presidente sempre afirmaram que seu cliente estava protegido por sua imunidade, em particular no que diz respeito às declarações difamatórias que ele teria feito durante o seu mandato.
Contudo, o veículo digital Vice News afirma que o bilionário republicano zombou das acusações de estupro de Carroll no dia 12 de outubro em sua rede social, a Truth Social.
Nesse sentido, e de acordo com advogados citados pelo Vice News, a demandante poderia alegar que Trump a difamou outra vez, agora como um simples cidadão.
Na semana passada, o juiz Kaplan indicou que Carroll poderia reivindicar o pagamento de uma indenização a Trump pelo suposto estupro a partir de 24 de novembro, assim que entrar em vigor uma lei do estado de Nova York que permite apresentar demandas civis independentemente dos prazos de prescrição.
Fonte: France Presse
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