O PT entrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que seja esclarecido que o vídeo do presidente Jair Bolsonaro, em que ele fala que “pintou um clima” ao se encontrar com adolescentes venezuelanas, não está com sua divulgação proibida.
Segundo advogados do comitê de Lula, o que o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, proibiu foi associar o vídeo a um crime de pedofilia.
Na avaliação de advogados de Lula, a princípio houve uma avaliação de que o TSE havia proibido qualquer tipo de divulgação do vídeo, feito a partir de uma transmissão ao vivo do presidente na semana passada, na qual ele relata o encontro que teve com jovens venezuelanas numa cidade do entorno do Distrito Federal.
No vídeo, o presidente, além de falar que “pintou um clima”, diz que encontrou meninas venezuelanas se preparando para “ganhar a vida”, o que foi visto como uma associação à exploração sexual.
O advogado Marco Aurélio Carvalho, do grupo Prerrogativas, disse ao blog que o entendimento inicial estava errado.
“Agora, nós entramos com um embargo de declaração para que o TSE deixe bem claro que a proibição é com a associação das declarações do presidente a um crime de pedofilia, mas que a divulgação do vídeo não está proibida”, afirmou o advogado.
O comitê de Lula quer voltar a usar o vídeo, dentro de um contexto mostrando como é o comportamento do presidente Jair Bolsonaro em relação a mulheres, público que rejeita em sua maioria o atual candidato à reeleição. A ideia é aguardar o esclarecimento do TSE para que o material volte a ser divulgado pela campanha petista.
Por sinal, para minimizar e neutralizar o uso do material, o presidente Jair Bolsonaro gravou um vídeo, que a princípio será veiculado em redes sociais, no qual ele pede desculpas pelas declarações contidas na transmissão que ele fez na semana passada.
No vídeo, Bolsonaro aparece ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e da embaixadora Venezuela que representa Juan Guaidó, Maria Teresa Belandria, que intermediou um encontro de duas jovens venezuelanas com Michelle e a senadora eleita Damares Alves.
“Se as minhas palavras que, por má fé, foram tiradas de contexto, de alguma forma foram mal-entendidas ou provocaram algum constrangimento às nossas irmãs venezuelanas, peço desculpas, já que meu compromisso sempre foi o de melhor acolher e atender a todos que fogem de ditaduras pelo mundo”, afirmou o presidente, que relata o encontro de sua mulher e da senadora eleita com as venezuelanas na segunda-feira (17).
As declarações de Bolsonaro sobre as venezuelanas foram classificadas pelo comitê de Bolsonaro como o pior momento da campanha, gerando uma crise interna no governo a respeito de como o presidente deveria se defender do caso. A primeira-dama foi acionada para conversar com as venezuelanas para tentar reduzir os danos causados na imagem do marido.
Fonte: Blog do Valdo Cruz
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