quinta-feira, outubro 27, 2022

PF suspeita que Roberto Jefferson prendeu pregos em granadas e que arma de policial no coldre a salvou de ferimento mais grave

A Polícia Federal investiga se Roberto Jefferson prendeu com fitas adesivas pregos nas granadas atiradas contra os policiais federais que foram prendê-lo no domingo (23), em sua casa, em Comendador Levy Gasparian, no Sul Fluminense.


Os artefatos jogados contra o delegado Marcelo Vilela e mais três agentes federais foram granadas de luz e som. O artefato é não letal, o que causaria apenas atordoamento e desorientaria temporariamente os policiais e não ferimentos como constatados no delegado e na agente Karina de Oliveira. Eles ainda possuem artefatos do explosivo no corpo.


A PF também descobriu, durante perícia na noite de domingo, que a pistola da agente Karina estava sem a ponta, segundo apurou o g1.


Como a arma estava no coldre e a agente não retirou o armamento para fazer qualquer disparo para se proteger, a suspeita é de que um disparo do fuzil usado por Roberto Jefferson tenha atingido e arrancado a ponta da arma da policial. Se não fosse a pistola, a perna dela seria atingida, acreditam os investigadores.


Jefferson é investigado por quatro tentativas de homicídio.


Nova perícia apura se mais granadas foram lançadas

Duas perícias foram feitas pela PF até o momento na residência de Roberto Jefferson e no condomínio onde ocorreram as explosões e disparos de fuzil no domingo. Nesta quinta (27), peritos voltaram ao local para nova análise.


A perícia tenta explicar se os pinos e lacres de granada apreendidos compõem as três granadas que o ex-deputado contou ter jogado contra os policiais ou se mais explosivos foram atirados no início daquela tarde.


Roberto Jefferson ataca policiais federais com granadas e tiros de fuzil — Foto: Fantástico


Como as granadas foram adquiridas?

Em outra linha da investigação, a PF quer saber como Roberto Jefferson conseguiu as granadas que jogou contra os policiais, se ele comprou os explosivos mesmo estando em prisão domiciliar ou se ganhou de presente de algum apoiador.



Jefferson cumpria em sua casa, em Comendador Levy Gasparian, prisão domiciliar. No local, a Polícia Federal apreendeu um fuzil, de calibre 556, uma pistola e 7,7 mil cartuchos de munição dos mais diversos calibres. O Supremo Tribunal Federal, o Exército e a PF tentam entender como esse arsenal foi montado pelo ex-deputado.


Roberto Jefferson está no presídio de Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, desde segunda-feira.


Tiro de fuzil passou perto de agente

A partir da perícia e da investigação, será possível saber o roteiro do que aconteceu naquele dia. Uma das linhas de investigação aponta que após saber da presença dos policiais, Roberto Jefferson iniciou os disparos por volta das 12h.


Um dos tiros passou próximo ao agente Heron Costa de Peixoto que estava falando ao telefone celular. O disparo ficou alojado na parede de outra casa próxima à do ex-deputado.


O policial se protegeu dos tiros quando ouviu um outro agente gritar "policial ferido". Neste momento, o delegado Marcelo os agentes Karina e Daniel Mendes da Costa estavam abrigados atrás da viatura blindada da PF.


A polícia suspeita que Roberto Jefferson jogava as granadas para forçar que os policiais saíssem de trás do veículo. O ex-deputado contou, em depoimento, que deu 50 tiros contra a viatura da PF. Ou seja, Jefferson gastou um carregador com 30 tiros e trocou por outro antes de parar com os disparos.



Neste momento, o delegado Marcelo e a agente Karina estavam feridos e foram socorridos para um hospital em Levy Gasparian.


Roberto Jefferson ataca policiais federais com granadas e tiros de fuzil — Foto: Fantástico


Fonte: g1

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