O juiz aposentado Jorge Jansen Coñago Novelle, 62, foi preso em flagrante pelos crimes de importunação sexual, resistência e desacato. A prisão aconteceu ontem à tarde, em Copacabana, depois que ele assediou uma dentista, enquanto ela dava carona para ele na própria bicicleta.
Conforme a Polícia Civil, o magistrado caminhava próximo da orla quando se deparou com a mulher de bicicleta elétrica. O juiz aguardava para atravessar a rua e teria abordado a vítima. Ele pediu uma carona até a praia. A vítima, de 28 anos, contou que estava receosa da situação, mas resolveu ajudar.
"Ela relatou ter ficado reticente em aceitar, mas teve pena por se tratar de um 'homem de idade' e sabia que o equipamento permitia que duas pessoas ficassem afastadas, sem contato físico. Antes de subir na garupa, o juiz aposentado ainda teria avisado: 'não vou encostar em você, não se preocupe', contou ao UOL o delegado Felipe Santoro.
Ao titular da 13ª DP (Delegacia Policial), a dentista revelou ainda que cerca de dez metros depois - já em cima da bicicleta -, Jorge começou a passar a mão em sua cintura. Depois teria deslizado em direção a barriga enquanto dizia 'nossa, você é muito linda, muito gatinha'.
A vítima então freou a bicicleta e ordenou que o juiz descesse do veículo. O homem desceu e ela foi embora em choque com a situação. Minutos depois, a mulher resolveu ir à praia procurar o magistrado para falar sobre o ocorrido. Ela o encontrou, mas o homem ainda a culpou pelo fato.
A dentista então acionou policiais militares que estavam próximos e eles conduziram o juiz até a delegacia. Um dos agentes contou ter ouvido o magistrado reclamar agressivamente: "Se fossem vocês, não fariam o mesmo com uma mulher novinha e bonita dando carona", teria perguntado.
Na delegacia, o magistrado teria desacatado os policiais civis. Durante todo o tempo ele se manteve agressivo e alegou que iria registrar uma ocorrência por denunciação caluniosa contra a dentista. Sobre as acusações feitas por ela, ele preferiu não se manifestar. Segundo a Polícia Civil, o juiz permanece preso.
Histórico de violência
O UOL teve acesso a um relatório de vida pregressa do juiz que traz passagens pelos crimes de ameaça, calúnia, desacato, disparo de arma de fogo, injúria, resistência e vias de fato. O documento foi confirmado pela Polícia Civil, que ainda apura alguns casos.
O órgão informou que em maio do ano passado, ele chegou a ser detido após ofender e agredir o dono de uma pousada e desacatar policiais militares no nordeste do país, em Santo Amaro do Maranhão, na região dos Lençóis Maranhenses. Já em 2018, ele foi filmado atirando contra um vizinho, também no bairro de Copacabana.
A reportagem procurou a defesa de Jorge Jansen. O advogado explicou que "o procedimento tramita em segredo de justiça e por essa razão fico impedido de tecer comentários. De todo modo, agradeço o espaço", informou Caio Padilha ao UOL.
Fonte: Uol
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