Casos de varíola dos macacos triplicaram no Rio Grande do Norte, de acordo com boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap), divulgado nesta quarta feira (5). Hoje o Estado marca o registro de 93 infecções, sendo 75 em homens e 18 entre mulheres. No dia 5 setembro, o número era de 31 casos, sendo 27 entre homens e apenas quatro entre mulheres. Duas delas são crianças, de zero a 11 anos. No cenário nacional, os números ultrapassam 8 mil casos. Até o fechamento desta edição, dois estados confirmaram óbitos. Um em Minas Gerais e dois no Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com dados do boletim, a maioria dos casos está entre cidadãos de 30 a 39 anos. Pessoas de 60 a 69 anos são minoria entre os infectados. O documento também especifica que as infecções estão espalhadas em 13 cidades do RN. Natal tem maior número de casos, com 58, seguida de Parnamirim com 15. Mossoró, São Gonçalo do Amarante e Extremoz apresentam três casos da doença cada. Em todo o Estado, são 59 casos suspeitos e 11 prováveis.
De acordo com a coordenadora de vigilância em Saúde, Kelly Lima, a Sesap já trabalhou para qualificação de toda rede de atenção à saúde para realização dos diagnósticos. Ela diz que esse pode ser um dos motivos para o aumento das notificações, levando em consideração que agora as demais unidades de saúde estão aptas a realizar o diagnóstico. “A gente já qualificou toda rede de atenção à saúde e talvez seja por isso que, quase diariamente, nós temos novos casos positivos porque a rede está sensibilizada com relação a importância da notificação de casos”, explica.
No RN, três unidades de saúde são referência para tratamento das infecções. São eles, Hospital Giselda Trigueiro e Hospital Maria Alice Fernandes, em Natal, sendo este segundo especializado em pediatria; e Hospital Rafael Fernandes, em Mossoró. A coordenadora afirma que a Sesap tem realizado um trabalho para ajudar médicos de outras unidades no diagnóstico da varíola dos macacos. “Disponibilizamos um número de Whatsapp para os profissionais médicos que por acaso tenham dúvidas na classificação de casos”, explica.
Segundo Kelly Lima, o número de telefone está disponível no Hospital Giselda Trigueiro sob a posse dos infectologistas que lá trabalham. Basta entrar em contato com o hospital ou ir até lá para ter acesso. O atendimento é 24h. Esse trabalho auxilia os médicos das unidades de saúde a entenderem as características da doença e, assim, realizarem um diagnóstico mais preciso. Além disso, o hospital é referência no Estado no diagnóstico e tratamento da doença.
Além da população infectada que pode manter isolamento, existem dois infectados no Sistema Prisional do Estado, onde o distanciamento se torna mais dificultoso. Um na Penitenciária Estadual de Parnamirim e outro na Penitenciária Estadual do Seridó, em Caicó. A coordenadora explica que esses casos são preocupantes. “Isso tem nos causado um pouco mais de preocupação por entender que as pessoas privadas de liberdade acabam ficando mais vulneráveis a contaminação”, diz.
Duas equipes da saúde prisional dos municípios são responsáveis pelos cuidados dos apenados, segundo a coordenadora. Os infectados e casos suspeitos seguem em isolamento. “A gente tem conseguido manter, com essas duas equipes um diálogo onde eles têm garantido isolamento dos casos suspeitos e também dos casos confirmados”, afirma. Além disso, o Tribunal de Justiça do RN emitiu uma nota que proíbe a transferência de detentos dessas unidades para evitar um maior campo de transmissão, afirma a pasta.
Em Parnamirim foram notificados, até esta segunda-feira (3), nove casos, dos quais dois são suspeitos, um foi confirmado e seis foram descartados. Já em Caicó, são 15 notificações, também até a segunda-feira. Seis deles são suspeitos, dois foram confirmados e sete foram descartados. A Sesap afirma que pretende disponibilizar, nos próximos dias, uma nota específica para trabalhadores da rede prisional sobre os cuidados necessários para evitar a contaminação.
“As ações têm sido no sentido de garantir o isolamento de todas as pessoas suspeitas. Os casos suspeitos estão sendo isolados imediatamente e os casos confirmados estão sendo isolados em um outro local”, reafirma. Ela diz que essas ações são necessárias para garantir que o isolamento seja efetivo. “Além disso essas pessoas seguem isoladas até o desaparecimento de todos os sintomas, sem direito a banho de sol e visitas”, completa.
Fonte: Tribuna do Norte
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