A Casa Branca está preocupada que o governo da Rússia possa estar aconselhando o Irã sobre práticas para gerenciar protestos, aproveitando a experiência da Rússia em reprimir manifestações abertas, disse a secretária de imprensa Karine Jean-Pierre nesta quarta-feira (26).
Ela também disse que a evidência de que o Irã está ajudando a Rússia a travar uma guerra contra a Ucrânia é clara e pública.
"Nossa mensagem para o Irã é muito clara. Pare de matar seu povo e pare de enviar armas à Rússia para matar ucranianos", disse Jean-Pierre.
Repressão no Irã
Houve mais um incidente de repressão no Irã nesta quarta-feira: forças de segurança iranianas abriram fogo contra os manifestantes que foram até o cemitério onde Masha Amini está enterrada.
Desafiando as rígidas medidas de segurança, manifestantes se reuniram nesta quarta-feira (26) no cemitério do Curdistão iraniano onde Masha Amini foi sepultada —Masha, de 22 anos, morreu em 16 de setembro, três dias depois de ser detida pela polícia da moral quando visitava Teerã com o irmão (ela foi acusada de violar o rígido código de vestimenta da República Islâmica, que impõe o uso do véu às mulheres). A morte dela provocou uma onda de protestos em todo país, liderados por mulheres que desafiam as autoridades.
Quase 2.000 pessoas se reuniram no cemitério, que fica a oito quilômetros do centro de Saqez, segundo a agência de notícias iraniana Fars.
Duas estrelas do futebol iraniano, Ali Daei e Hamed Lak, também viajaram para Saqez para participar da cerimônia de 40 dias de luto.
A agência de notícias Isna informou que as autoridades cortaram a Internet em Saqez "por questões de segurança", após "tensões e confrontos depois da cerimônia". Manifestações também ocorreram em outras cidades do Curdistão.
Policiais abriram fogo
O grupo de defesa dos direitos humanos Hengaw, com sede na Noruega, denunciou no Twitter que "as forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo e abriram fogo contra pessoas na praça Zindan, em Saqez".
A repressão aos protestos no país deixou pelo menos 141 mortos, incluindo crianças, conforme balanço atualizado da ONG Iran Humans Rights (IHR). Vários manifestantes foram detidos, incluindo professores universitários, jornalistas e celebridades.
Segundo a Anistia Internacional, 23 crianças morreram na repressão aos protestos. A IHR cita 29 menores de idade mortos.
Especialistas em direitos humanos da ONU pediram "uma investigação exaustiva e independente e a prestação de conta dos responsáveis".
Irã segue acusando pessoas
A Justiça iraniana anunciou, nesta quarta, que acusou mais 300 pessoas. Com isso, o número oficial de acusados pelas manifestações já passa de mil.
Fonte: g1
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