O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, cumpriu agenda de campanha nesta quarta-feira (12) em Aparecida (SP). Bolsonaro chegou à cidade por volta das 14h e participou de uma missa no Santuário Nacional de Aparecida.
O dia 12 de outubro é feriado no Brasil em homenagem à padroeira do país para os católicos, Nossa Senhora Aparecida.
Além de Bolsonaro, estiveram no santuário aliados do presidente como o candidato ao governo paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), os ex-ministros João Roma (Cidadania) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia, agora senador eleito) e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O prefeito de Aparecida, Luiz Carlos Siqueira, também assistiu à missa.
A presença de Bolsonaro na igreja foi citada pelo padre Eduardo Ribeiro no início da celebração, gerando aplausos e vaias dos presentes. O celebrante pediu silêncio para seguir a missa e, após isso, não houve novas manifestações políticas dos presidentes.
Diferentemente de outros anos, na missa desta quarta Bolsonaro não comungou – ou seja, não recebeu a hóstia consagrada.
Mais cedo, respondendo a uma pergunta sobre a presença de Bolsonaro no dia da Padroeira, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, disse que é preciso ter uma identidade religiosa.
"Bom, eu não posso julgar as pessoas. Mas nós precisamos ter uma identidade religiosa. Ou somos evangélicos ou somos católicos. Nós precisamos ser fiéis a nossa identidade católica. Mas seja qual for a intenção, será bem recebido porque é o nosso presidente. E é por isso que nós o acolhemos."
Pela manhã, Bolsonaro cumpriu agenda em Belo Horizonte, onde participou da inauguração de uma igreja evangélica neopentecostal.
Após a missa, por volta das 16h, Bolsonaro e Tarcisio foram de carro até a "Tenda dos Peregrinos", espaço de acolhimento aos romeiros montado atrás do santuário. O presidente tirou fotos com romeiros e deixou o local sem dar entrevista.
Sermão da manhã
Em missa pela manhã, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, incentivou os brasileiros a votarem e afirmou que o país precisa vencer muitos "dragões", em alusão a problemas como fome e desemprego.
Sobre o voto, o religioso afirmou: "Cidadania que vamos vivendo também votando. É necessário exercer esse direito e poder do povo."
Dom Orlando Brandes também disse que está "faltando pão" e que isto é o que o Brasil precisa hoje, juntamente com paz e fraternidade.
"Escutar Deus, mas escutar também o clamor do povo. Porque ela escutou muito bem no Evangelho. Eles não têm mais vinho. No nosso caso, faltando pão, faltando paz, faltando fraternidade. Esses são os vinhos que todos nós precisamos nos dias de hoje."
'Exploração da fé' e 'guerra santa'
Nesta terça (11), véspera do feriado de Nossa Senhora Aparecida, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota lamentando o que chamou de "intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno" das eleições deste ano.
A nota não cita candidatos nem situações específicas. No entanto, segundo apuração do colunista do g1 Gerson Camarotti, o texto tem relação com a ida do presidente Jair Bolsonaro ao Círio de Nazaré, no Pará, no último domingo (9), em meio à campanha.
Quando a CNBB emitiu o comunicado, a agenda de campanha de Bolsonaro para o feriado também já tinha sido anunciada. Em reação, a Arquidiocese de Aparecida também divulgou nota para evitar o uso político das atividades desta quarta.
"Nesta segunda-feira, dia 10 de outubro, o Cerimonial da Presidência da República informou que o presidente Jair Bolsonaro pretende participar de uma das missas do dia 12 de outubro. Assim como em outros anos, o Santuário recebe a visita e se programa para acolher o Chefe de Estado, buscando também garantir a rotina de visita dos romeiros. Na agenda de Jair Bolsonaro consta a participação em um Terço que será rezado na cidade de Aparecida. Assim, reforçamos que esta atividade não é celebrada pelo Santuário Nacional e nem está sob a supervisão do Arcebispo de Aparecida", informou o Santuário Nacional de Aparecida.
O colunista do g1 Valdo Cruz informou que Bolsonaro tem a chamada "guerra santa" como estratégia eleitoral, buscando voto entre os eleitores que frequentam igrejas, principalmente os evangélicos.
Em meio a esse cenário, Bolsonaro tem feito frequentes discursos de defesa da agenda conservadora, e aliados do presidente têm disseminado fake news contra o ex-presidente Lula (PT) entre os evangélicos.
Recentemente, o TSE determinou a retirada do ar de parte dessas fake news.
Fonte: g1
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