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quarta-feira, outubro 19, 2022

Após dias de espera, 69 passageiros da Gol conseguem deixar Noronha; Anac restringiu pousos na ilha

Um avião da Voe Pass, locado pela Gol de forma extraordinária, transportou, nesta quarta (19), 69 passageiros que estavam em Fernando de Noronha sem alternativa para sair da ilha. Eles tiveram os voos cancelados desde que o governo federal proibiu o pouso de aeronaves turbojatos.


A proibição foi determinada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e começou a vigorar no dia 12 de outubro, por causa das condições da pista do aeroporto. A Gol suspendeu as operações em Noronha e, agora, apenas a Azul realiza os voos.


A maioria dos passageiros tentava embarque desde domingo (16). O representante comercial Hudson Noldin , turista de Florianópolis (SC), esteve no aeroporto por quatro quatros dias seguidos.


Turistas deixaram a ilha no início da tarde desta quarta-feira (19) — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo


“Desde domingo (16), venho ao aeroporto todos os dias. A Gol não deu retorno. Depois que noticiaram a situação, a empresa nos deu informação para embarque apenas nesta quarta. Vou acionar a Justiça para buscar meus direitos”, falou Hudson.


A empresária Rosani Siqueira, visitante de São Paulo, também embarcaria no domingo. Nesta quarta, conseguiu vaga no voo extra, com o namorado, que teve problemas de saúde de madrugada. Por causa disso, ela tentou uma transferência da viagem.


“Estou indignada. Apresentei o atestado médico. Meu namorado está com diarreia e vômito. O pessoal da Gol informou que temos que sair hoje de qualquer forma, mesmo que ele esteja passando mal, morrendo, na maca. É um absurdo”, declarou Rosani.


Avião da Voe Pass transportou clientes da Gol — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo


As irmãs Juliana e Bruna Franco Stoppe, turistas de São Paulo , também estavam confirmadas no voo extra desta quarta. No sábado (15), Juliana se negou a embarcar e deixar a irmã só em Noronha.


“É um alívio. Graças a Deus, deu tudo certo. Agora, a gente vai para casa juntas. Era o que a gente queria desde o começo. Eu nunca deixaria minha irmã só”, disse Juliana.


“É inacreditável que agora vamos conseguir embarcar. Eu fiquei emocionada com o gesto da minha irmã e eu não faria diferente. Não embarcaria sem ela”, contou Bruna.


Juliana e Bruna conseguiram deixar Noronha — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo


O que dizem as autoridades

Nesta quarta, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) fixou prazo de 24 horas para Gol disponibilizar transporte para clientes afetados por restrição parcial de operações aéreas.


A Promotoria de Justiça de Fernando de Noronha instaurou procedimento investigatório para apurar danos causados pela empresa Gol Linhas Aéreas aos seus clientes.


Na segunda-feira (17), a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Infraestrutura informou que a equipe que vai executar a obra no aeroporto está na ilha.


A expectativa do governo é executar a obra emergencial na pista em 60 dias. O serviço, no entanto, ainda não começou.


Entenda o caso


Empresa realiza trabalho de tapa-buraco na pista do aeroporto da ilha — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo


A proibição da Anac foi publicada no Diário Oficial da União de 7 de outubro e começou a valer no dia 12 deste mês. Essa medida do governo federal foi motivada pelas condições da pista do aeroporto de Fernando de Noronha, que está com "o pavimento da pista saturado e precisa de uma reforma, está esgotado", segundo a Dix, empresa responsável pela administração do terminal.


Na prática, essa medida proíbe pousos de aviões como os Boeing, que eram operados na ilha pela empresa Gol, e os Embraer, utilizados pela companhia Azul. Antes da proibição, a ilha recebia, por dia, cinco voos, sendo quatro em aeronaves a jato e um em avião Boeing.


Além disso, Noronha também recebe um voo por semana da Azul, aos sábados, em um avião turboélice do modelo ATR, tipo de aeronave que continua sendo permitida pela Anac.


A portaria da Anac prevê apenas duas situações excepcionais: operações de emergência médica ou de transporte de valores realizadas mediante prévia coordenação com o operador do aeroporto.


Ainda segundo a portaria, a proibição tem caráter provisório, sem prazo determinado, e deve ser mantida até que o operador de aeródromo solicite a revogação e demonstre o cumprimento das condições definidas no parecer que fundamentou a decisão.


Fonte: g1

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