Pesquisa sobre Insegurança Alimentar (IA) no Brasil mostra que 10,9% dos domicílios no Rio Grande do Norte estão com famílias em situação de insegurança alimentar grave ou fome por falta de alimentos. Os dados números integram o 2º Inquérito Nacional da Insegurança Alimentar no Brasil no Contexto da Covid-19 (II Vigisan). O trabalho foi realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan). O Rio Grande do Norte abaixo da média nacional no índice de pessoas em situação de fome e apresenta o 4º maior percentual de pessoas em segurança alimentar.
No Rio Grande do Norte, além dos 10,9% em situação de fome, em IA moderada é realizade para 14,5% da população, enquanto 23,4% e tem aparecem com IA leve, que é quando a população tem receio de passar fome em um futuro próximo.
No Brasil, o percentual é de 15, 5% de pessoas enfrentando a IA grave, que são as pessoas que têm falta de alimentos. Entre as regiões, o Norte apresenta os piores índices na situação por domicílio, com 25, 7%. Na sequência, aparecem Nordeste (21%), Sudeste (13,1%), Centro-Oeste (12,9%) e Sul (11,7%).
No comparativo ao Nordeste, somente a Paraíba (10,6%) tem menor percentual de pessoas em situação de fome, enquanto nenhum outro estado da região possui mais pessoas em situação de segurança alimentar, que é quando possui acesso permanente a alimentos em quantidade suficiente. Somente Espírito Santo (61%), Santa Catarina (59,4%) e Rio Grande do Sul (52,4%) têm melhores números do que o Rio Grande do Norte no percentual de população em situação de segurança alimentar.
O Rio Grande do Norte apresenta melhores números do que a média do Nordeste tanto na quantidade de pessoas em situação de segurança alimentar quando em pessoas que têm restrição à quantidade de comida oferecida e que passam fome.
Levantamento
Em termos populacionais, são 125,2 milhões de pessoas residentes em domicílios com IA e mais de 33 milhões em situação de fome (IA grave). Segundo a pesquisa, a desigualdade de acesso aos alimentos se manifesta com maior intensidade em residências nas áreas rurais, com 18,6%. Além disso, o cenário também está ligado a outras condições de desigualdade, uma vez que a fome atinge 43 % das famílias com renda per capita de até 1/4 do salário mínimo. Além disso, o problema é mais recorrente nas residências chefiadas por mulheres e pessoas autodeclaradas pretas ou pardas.
Ainda, de acordo com a pesquisa, as proporções de insegurança alimentar moderada e insegurança alimentar grave variaram de cerca de 13% nos domicílios apenas com moradores adultos, a cerca de 25 %, naqueles que tinham três ou mais pessoas com até 18 anos. Ou seja, a maior quantidade de moradores com idade até 18 anos nos domicílios está relacionada com a gravidade da insegurança alimentar no Brasil.
"Mesmo as famílias que recebem o Auxílio Brasil, por estarem endividadas, não conseguem utilizá-lo somente para a compra de alimentos. O recurso precisa ser utilizado para pagar outras necessidades básicas, como aluguel, transporte, luz e água", explica Ana Maria Segall, pesquisadora da Penssan e da Fiocruz.
Quanto aos domicílios com crianças de até dez anos ou aqueles com renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo, a situação também é grave. No Maranhão, por exemplo, cerca de 63,3% das residências com crianças com até dez anos apresentam insegurança alimentar moderada ou grave. Na sequência, aparecem Amapá (60,1%), Alagoas (59,9%), Sergipe (54,6%), Amazonas (54,4%), Pará (53,4%), Ceará (51,6%) e Roraima (49,3%).
Fonte: Tribuna do Norte
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