O Rio Grande do Norte é um dos estados do Nordeste com melhor desemprenho geral quando o assunto é inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, atrás apenas de Piauí e Sergipe no ranking. Apesar disso, ainda há, segundo aponta um relatório divulgado nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um percentual muito grande de pessoas com deficiência fora do mercado de trabalho.
No estado, a taxa de participação dessa população no mercado trabalhista era de 27% em 2019, ano em que se baseia os dados do IBGE apresentados na publicação "Pessoas com deficiência e as desigualdades sociais no Brasil". Isso quer dizer que de dez pessoas com deficiência no RN, menos de três estão inseridas no mercado.
Quando a análise é referente ao público sem deficiência, a taxa sobe para 59,5%. No cenário nacional, os percentuais são parecidos, com a taxa de participação de 28,3% para as pessoas com deficiência e 66,3% para as sem deficiência.
O estudo ainda aponta o nível de formalização dos trabalhadores com deficiência. Em 2019 essa taxa específica estava em 29,9%, menor que os 44,9% registrados para quem não tem essa condição. Quanto a desocupados, 8,2% das pessoas com alguma deficiência estavam nesse grupo, taxa menor que a nacional, que circulava em 10,3%.
O estudo explica que a diferença estatística entre a entrada e permanência de pessoas com e sem deficiência no mercado de trabalho mostra as dificuldades de inclusão enfrentadas por quem tem alguma deficiência.
"A inserção no mercado de trabalho, sobretudo a partir de ocupações formais, é um desafio para as pessoas com deficiência, as quais devem lidar com variados fatores adversos, como a inadaptação dos espaços em que transitam, tanto no local de trabalho, como no deslocamento, o 'capacitismo', entre outros", destaca a publicação.
Para a publicação do levantamento, o IBGE analisou dados da Pesquisa Nacional de Saúde. Em relação ao mercado de trabalho, foram consideradas pessoas de 14 anos ou mais.
Segundo a pesquisa, o estado tinha em 2019, 303 mil pessoas com alguma deficiência, ou seja, 9,7% da população potiguar.
Analfabetismo
O estudo apresentado pelo IBGE também trouxe informações sobre a educação das pessoas com deficiência no país e no estado. Levando-se em conta que, proporcionalmente ao total de alunos que possuíam algum tipo de deficiência em 2009, apenas 15,7% das Escolas do Ensino Fundamental nos anos iniciais, 30,1% das Escolas do Ensino Fundamental dos anos finais e 41,2% do Ensino Médio possuíam adaptações nas infraestruturas capazes de receber esses alunos. Em 2019, esses números saltaram para 68,9%, 84,1% e 87,3%, respectivamente.
"Observa-se uma melhor infraestrutura do estado para poder receber o aluno com deficiência", diz o IBGE. Entretanto, em proporção ao total de pessoas com deficiência, ainda há muito o que se avançar, complementa o instituto. A taxa de analfabetismo de pessoas entre dez ou mais anos está em 39,3%, e para as de 60 anos ou mais o percentual ficou em 44,1%.
Acesso à internet
O IBGE também apresentou números relativos ao acesso à internet. Segundo a pesquisa, 70,2% dos potiguares com alguma deficiência tinham acesso domiciliar à rede de computadores. Esse é o maior percentual do Nordeste. Já dentre as pessoas sem deficiência, essa proporção sobe para 83,2%.
Considerando os tipos específicos de deficiência analisados pelo IBGE, os indivíduos com deficiência física nos membros inferiores tinham a menor proporção de acesso, 63,3%, e as pessoas com deficiência mental, a maior proporção, 76,3%. Os estados que apresentaram as maiores proporções de pessoas com deficiência com acesso domiciliar à internet foram Rio de Janeiro (75,2%) e São Paulo (78,5%), além do Distrito Federal (86,8%).
Fonte: g1
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