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terça-feira, agosto 09, 2022

RN não atinge meta de cobertura vacinal infantil para nenhuma das vacinas de rotina desde 2018

Dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) analisados pelo Instituto Santos Dumont (ISD) apontam que, desde o ano de 2018, o Rio Grande do Norte não alcança a meta de cobertura vacinal recomenda pelo Ministério da Saúde para nenhuma das vacinas de rotina indicadas para as crianças de até um ano de idade.


RN não alcança a meta de cobertura vacinal infantil para nenhuma das vacinas de rotina desde 2018 — Foto: Almir Gadelha/SVM


O levantamento preocupa especialistas da área de saúde diante da possibilidade de retorno de doenças já consideradas erradicadas, como a poliomielite. "A recusa na vacinação tem sido associada a surtos de varicela, doença pneumocócica, sarampo e coqueluche. Recentemente, estamos acompanhando relatos de volta de doenças controladas há vários anos, como a poliomielite", conta a preceptora infectologista do ISD, Carolina Damásio.



Das 11 vacinas que constam no calendário infantil até 1 ano de vida, apenas as de BCG e Hepatite B atingiram as metas de 90% no ano de 2018, segundo a Sesap. Após esse ano, nenhuma das vacinas obrigatórias atingiu os percentuais indicados pelo Ministério da Saúde, que variam de 90% a 95%.


A poliomielite é uma doença contagiosa causada por um vírus, que pode infectar crianças e adultos e levar à paralisia dos membros inferiores nos casos mais graves. A única forma de prevenção é a vacina, obrigatória para todas as crianças menores de 5 anos.


Os índices de cobertura vacinal do sarampo no RN também preocupam profissionais da saúde. Apesar da campanha nacional realizada pelo Ministério da Saúde para incentivar a imunização, apenas 36% das crianças até 4 anos de idade haviam sido vacinadas até o começo do mês de agosto, de acordo com dados da plataforma RN + Vacina.


Os baixos índices de cobertura vacinal não são exclusividade do Rio Grande do Norte. A cobertura vacinal contra pólio chegou a 100% em 2013; ficou em 84,74% em 2017; e no ano passado despencou para 67,71%. Três a cada dez crianças não foram vacinadas, segundo o DataSus.



"Quedas nos índices de vacinação infantil podem trazer sérios riscos à saúde pública, como retorno de doenças controladas ou já erradicadas, ocasionando sofrimento desnecessário a crianças menores (incluindo sequelas permanentes) e desperdícios de recursos geralmente já limitados na saúde", reforça a preceptora infectologista Carolina Damásio.


Campanha de vacinação da Poliomielite


A campanha nacional de vacinação contra poliomielite e multivacinação para atualização da caderneta de vacinação da criança e do adolescente teve início na segunda-feira (8). A campanha segue até o dia 9 de setembro, e a expectativa é atingir a meta de cobertura vacinal de 95%, preconizada pelo Ministério da Saúde.


Fonte: g1

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