O Rio Grande do Norte faz aniversário de 521 anos neste domingo (7). A data lembra o dia em que o Marco de Touros, símbolo da colonização portuguesa, foi implantado no estado, 7 de agosto de 1501, segundo explica o historiador Breno Câmara.
Para os pesquisadores potiguares, esse é o monumento mais antigo deixado no litoral brasileiro pelas caravelas comandadas por André Gonçalves e Gaspar de Lemos, que traziam na comitiva o cosmógrafo Américo Vespúcio.
A data comemorativa foi estabelecida pela Lei estadual 7.831, aprovada no dia 30 de maio de 2000.
Segundo o escritor, ex-deputado e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, Valério Mesquita, que propôs a lei, do ponto de vista jurídico, o estado foi o primeiro ponto efetivo de colonização portuguesa, uma vez que o marco em Porto Seguro só teria sido colocado cerca de dois anos depois.
"Essa data assinala que eles estiveram aqui no litoral do Rio Grande do Norte primeiro, que o estado foi visitado. Eles estiveram aqui no litoral de Touros", considera.
A coluna de mármore de 1,20m de altura se mantem em pé e está guardada no Museu Câmara Cascudo, da UFRN. Apesar das fraturas e remendos, ainda dá pra ver as gravuras em relevo da Cruz da Ordem de Cristo e o escudo português.
O marco colonial tinha a finalidade de atestar Portugal como descobridor e detentor daquela terra, que mais tarde se chamaria Brasil. Apesar disso, o estado só foi colonizado, de fato, muitos anos depois.
Em 1530, o rei de Portugal dividiu o Brasil, as capitanias hereditárias. As terras que atualmente compreendem ao Rio Grande do Norte ficaram com João de Barros e Aires da Cunha. A primeira expedição de colonização ocorreu cerca de cinco anos depois, mas foi frustrada.
Segundo a história contada no site oficial da Prefeitura de Natal, antes da tentativa de colonização, os franceses já aportavam no estado para contrabandear o pau-brasil. Os índios potiguares teriam ajudado os franceses a combater os colonizadores, impedindo, a fixação dos portugueses.
Mais de 60 anos depois, em 25 de dezembro de 1597, uma nova expedição comandada por Mascarenhas Homem e Jerônimo de Albuquerque conseguiu expulsar os franceses e reconquistar a capitania.
Como estratégia de defesa, os colonizadores começaram a construir um forte que foi chamado de Fortaleza dos Reis Magos, por ter sido iniciada no dia dos Santos Reis. Concluído o forte, logo se formou um povoado que, segundo alguns historiadores, foi chamado de Cidade dos Reis. Depois, Cidade do Natal.
O historiador Breno Câmara destacou curiosidades sobre o Rio Grande do Norte:
Pioneirismo feminino
O Rio Grande do Norte teve a primeira eleitora, Celina Guimarães, em Mossoró, a primeira prefeita do Brasil, Alzira Soriano, no município de Lajes. "Isso é muito importante na luta feminista que existe hoje", diz o professor.
Abolição da escravidão
Mais ou menos cinco anos antes da abolição ser oficialmente do Brasil em 1888, Mossoró já havia abolido a sua escravatura. A cidade não tinha tantos escravos, mas decidiu extinguir a prática antes mesmo do restante do país.
Natal na Segunda Grande Guerra
Natal sediou uma importante base aérea para os Estados Unidos durante a 2ª Grande Guerra Mundial. Inovações culturais trazidas pelos americanos chegaram primeiro à capital potiguar, antes de outras partes do país. "A primeira máquina de Coca-Cola, a primeira cidade a mascar chiclete. O Rio Grande do Norte ficou um pouco mais para frente, usando até calça jeans", diz o professor.
Fruticultura
Um ponto mais atual registrado pelo professor é o fato de o Rio Grande do Norte abastecer a Europa com as frutas frescas, como melões, mamões e melancias. O estado é o principal exportador desse tipo de produto no país.
Fonte: g1
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