quarta-feira, agosto 31, 2022

Polícia finaliza inquérito e não indicia empresário suspeito de agredir mulher em academia de SP; MP decidirá se arquiva ou denuncia

A Polícia Civil finalizou nesta quarta-feira (31) o inquérito e o Ministério Público vai decidir se arquiva ou denuncia o empresário suspeito de agredir uma mulher dentro de uma academia, em São Paulo (SP). Ele não foi indiciado. O caso foi revelado pelo Fantástico.


O empresário Thiago Antonio Fernandes Vieira, de 42 anos, investigado pela polícia. — Foto: Reprodução/Instagram


O inquérito elaborado pelo 15º Distrito Policial foi encaminhado ao Ministério Público e à Justiça, que podem pedir novas diligências da polícia, abrir o processo ou arquivar. Foram ouvidos o suspeito Thiago Brennand Fernandes Vieira, a vítima agredida, testemunhas e professores da academia.


O delegado não detalhou porque não indiciou o empresário.


A polícia pediu para que a academia mande o vídeo do caso e encaminhou a solicitação de medidas protetivas para a vítima, com a proibição do investigado se aproximar dela e de parentes.



Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que a delegacia ainda apura os crimes de lesão corporal e injúria. "Diligências são realizadas para esclarecer os fatos. As investigações correm sob sigilo judicial", diz o texto.


Thiago Brennand Fernandes Vieira sem camisa e ao telefone em imagem publicada em rede social — Foto: Reprodução/TV Globo


Segundo a defesa, Thiago Brennand já prestou depoimento no inquérito, "apresentando todos os esclarecimentos para a plena compreensão dos fatos sob investigação".


"Diante disso, a nova equipe de defesa de Brennand considera absolutamente desnecessário o pedido de medida protetiva protocolado no início do caso. O trabalho da defesa se dará dentro das balizas do bom direito, da civilidade e do respeito à intimidade, integridade e dignidade de todas as partes e testemunhas", diz o texto assinado por Cavalcanti Sion Advogados.


Segundo os relatos, as agressões ocorreram no dia 3 de agosto, na academia no Itaim Bibi, em São Paulo.


À polícia, a vítima contou que é frequentadora da academia e que desde que entrou foi orientada por outras mulheres para se manter afastada do investigado. Na ocasião em que treinavam no mesmo horário, Thiago teria pegado o número de uma das mulheres e a convidado para sair. Com a recusa, ele teria passado a enviar mensagens ofensivas.



No dia da agressão investigada, o empresário foi em direção a ela e mandou que saísse da frente dele, o que foi recusado. Em seguida, Thiago teria a agarrado pelos braços e uma confusão começou.


Outra vítima relatou à polícia que frequenta a academia e no dia das agressões estava treinando e ouviu a outra mulher falando que “não sairia” para um homem, o qual seria Thiago.


Na sequência, a testemunha contou que saiu do aparelho e foi em direção à vítima. Ela detalha que presenciou o suspeito agarrando a vítima pelos cabelos e cuspir por três vezes no rosto dela. Um jovem, o qual foi apontado como filho, chamou uma das mulheres de “puta e vagabunda”.



Uma segunda testemunha afirmou ter ouvido o investigado chamar a vítima de fraca e pobre. Um dos professores de musculação alegou que não viu a confusão, mas encontrou um tufo de cabelo ao chão.


O que diz o empresário

A defesa de Thiago apresentou à polícia a primeira defesa por meio de advogado, onde informou ser colecionador de armas legalmente cadastradas e registradas na Superintendência de Fiscalização de Produtos Controlados da 2ª. Região Militar (SEPC/2). O último dia 23 de junho teria o acervo passado por vistoria de rotina por militares.


Em nova defesa, Thiago afirmou que repudia a versão dada pela vítima. Ele contou à investigação que no dia da confusão estava na academia, quando se deparou com a vítima fazendo exercícios em “local inapropriado”.


Segundo ele, havia pedido que a professora da academia que falasse com a vítima. Na sequência, conforme ele, a mulher retornou ao mesmo local e continuou “a causar uma situação de desconforto”.


Após três vezes que passou por ela, sem falar nada, resolveu então pedir que a vítima buscasse outro local para os exercícios. Negou provocar.


Ainda segundo o relato dele, a vítima gritou e o ofendeu, gesticulando com as mãos e dizendo que podia treinar onde quisesse, que o odiava e que “conhecia pessoas que podia acabar com sua vida”, segundo ele.


Sobre o cuspe, o empresário acusa a vítima de tentar cuspir nele. De acordo com a declaração, ele “teve o impulso de cuspir de volta e empurrá-la para trás”.


Fonte: g1

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