O Exército informou em nota nesta quarta-feira (10) que não indicará um novo membro da corporação para compor o grupo criado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para acompanhar e fiscalizar as eleições deste ano.
Representante das Forças Armadas no comitê de transparência até a semana passada, o coronel Ricardo Sant'Anna foi descredenciado pelo TSE após publicar fake news em redes sociais sobre as eleições e as urnas eletrônicas.
Segundo o Exército, o posto ficará vazio porque a decisão do TSE foi unilateral.
"Baseado em 'apuração da imprensa' e de forma unilateral, sem qualquer pedido de esclarecimento ou consulta ao Ministério da Defesa ou ao Exército Brasileiro, o TSE 'descredenciou' o militar. Dessa forma, o Exército não indicará substituto e continuará apoiando tecnicamente o MD nos trabalhos julgados pertinentes", diz o documento divulgado.
A nota do Exército traz um posicionamento diferente do que havia sido divulgado pelo Ministério da Defesa na última segunda (10), quando Sant'Anna foi descredenciado.
Naquele momento, o governo disse que já tinha decidido substituir o coronel antes mesmo da decisão do TSE, mas faltava escolher o novo representante. "Assim que a seleção estiver concluída, o TSE será informado a respeito", afirmava o texto da Defesa.
Na nota desta quarta, o Exército afirma que tomou conhecimento das postagens de Ricardo Sant'Anna no fim da última semana e que "buscou esclarecer os fatos antes de tomar quaisquer providências, eventualmente precipitadas ou infundadas".
A corporação defende no texto a capacitação técnica do coronel descredenciado e diz que as "posições pessoais" dos militares não interferem no trabalho desempenhado.
"Assim, não há interferências das posições pessoais dos integrantes nas tarefas das equipes, sendo o trabalho realizado de forma profissional e isenta", diz o Exército.
Íntegra
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo Exército:
Em relação às notícias veiculadas a respeito do “descredenciamento” de um militar do Exército Brasileiro, integrante de equipe técnica do Ministério da Defesa (MD) junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Centro de Comunicação Social do Exército informa que:
1. O trabalho da equipe das Forças Armadas, particularmente dos representantes do Exército Brasileiro, é eminentemente técnico e realizado de forma coletiva por seus integrantes, além de ser estritamente institucional, como se supõe que devam ser os trabalhos de todas as demais equipes participantes do processo.
2. A participação de técnicos do Exército na equipe do MD segue rigorosamente as normas e as prerrogativas legais estabelecidas e legitimadas pela própria Resolução do TSE nº 23.673, de 14 de dezembro de 2021, que dispõe sobre os procedimentos de fiscalização e auditoria do sistema eletrônico de votação. Assim, não há interferências das posições pessoais dos integrantes nas tarefas das equipes, sendo o trabalho realizado de forma profissional e isenta.
3. Especificamente em relação ao oficial, cabe destacar que foi selecionado mercê de sua inequívoca capacitação técnico-científica e de seu desempenho profissional.
4. Todavia, após tomar conhecimento das notícias veiculadas, já no final da semana passada, o Exército, como usualmente faz nesses casos, buscou esclarecer os fatos antes de tomar quaisquer providências, eventualmente precipitadas ou infundadas.
5. Baseado em “apuração da imprensa” e de forma unilateral, sem qualquer pedido de esclarecimento ou consulta ao Ministério da Defesa ou ao Exército Brasileiro, o TSE “descredenciou” o militar. Dessa forma, o Exército não indicará substituto e continuará apoiando tecnicamente o MD nos trabalhos julgados pertinentes.
6. O Exército tem consciência de suas atribuições e da isenta competência técnica, da dedicação e do comprometimento de seus profissionais.
7. Por fim, cabe ressaltar que o Exército Brasileiro, Instituição Nacional e Permanente, sempre participou nas ações de Garantia de Votação e Apuração, seja em aspectos de segurança, seja no apoio logístico, particularmente, nos rincões mais distantes do País.
Fonte: g1
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