terça-feira, agosto 09, 2022

Cônsul preso pela morte do marido retorna para presídio de Benfica após ser atendido em hospital penitenciário

O cônsul alemão Uwe Herbert Hahn, principal suspeito pela morte do marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot, já está de volta à Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio.


Cônsul Uwe Herbert Hahn é tranferido para presídio na Zona Norte do Rio — Foto: Betinho Casas Novas / TV Globo


O g1 apurou que, na manhã desta terça-feira (9), ele passou mal e precisou ser socorrido para o Hospital Hamilton Agostinho, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste.


No local, ele foi atendido e medicado. Em seguida, após mostrar sinais de recuperação, Uwe Herbert foi novamente conduzido ao presídio de Benfica.


O diplomata alemão é principal suspeito pela morte do marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot, morto na última sexta-feira (5). A polícia encontrou o corpo do belga no apartamento onde ele morava com o marido, em Ipanema, na Zona Sul.


Polícia não tem dúvida sobre a autoria

A delegada Camila Lourenço, responsável pela investigação da morte do belga Walter Biot, afirmou que a polícia não tem dúvida de que ocorreu um crime.


"A gente não tem dúvida sobre a existência do crime. Queremos saber o que teria motivado, qual o plano de fundo, os bastidores, como estava o clima do casal, qual a relação do casal. Essas circunstâncias vão ser importantes, não para definição de autoria, que já está definida, mas para incidência de circunstâncias que vão qualificar o crime e na persecução penal que vai interferir na pena", afirmou a delegada.


Segundo Camila Lourenço, a causa da morte do belga foi um traumatismo craniano na região da nuca. A delegada explicou que ele foi vítima de uma ação contundente, que gerou uma infiltração hemorrágica. "Há um contexto que sugere ter havido espancamento", completou a delegada.


"Segundo o perito, algumas das lesões eram recentes e outras mais antigas, o que sugere que ele vinha sendo agredido, que ele vinha sofrendo espancamentos, mais ou menos uns dois dias. Isso pra mim tá claro", acrescentou.


Lourenço ainda afirmou que Walter estava em um relacionamento abusivo e que ele "claramente era submetido à violência doméstica: física, psicológica, patrimonial e moral".


Relembre o caso

Em seu depoimento à Polícia Civil, o diplomata alemão Uwe Herbert Hahn, lotado no Consulado da Alemanha no Rio, disse que seu marido Walter Henri Maximilien Biot sofreu um mal súbito por volta das 20h da última sexta-feira (5) e caiu.


Uwe disse também que o companheiro “tomava pastilhas para dormir” e “bebia muito”.


O cônsul contou que o marido teria entrado em surto e começado a correr em direção ao terraço. Ele disse que o marido tropeçou no carpete e caiu com o rosto no chão e fez alguns barulhos, que ele não sabe informar se seriam gemidos ou dor.


Uwe disse ainda que estava na cozinha preparando uma massa, quando ocorreu a queda e que ele não sabe dizer se o marido bateu com a cabeça em alguma mobília ou no chão.


Em depoimento, o diplomata afirmou que ficou desesperado e chegou a dar um tapa nas nádegas de seu marido para tentar reanimá-lo e que depois foi até a portaria para pedir ajuda ao porteiro, que acionou o Samu.


Os socorristas encontraram o belga já em parada cardiorrespiratória e com lesões no corpo — em especial, uma na cabeça e outra nas nádegas — e não atestou a causa da morte.


O corpo, então, foi levado para o IML, onde foram constatados inúmeros ferimentos na cabeça e no corpo de Biot.


O casal estava junto havia 20 anos, morava em uma cobertura em Ipanema e tinha passaporte diplomático. Walter faria 53 anos no próximo sábado.


Uwe foi preso na noite de sábado (6) e transferido para o presídio de Benfica na manhã de domingo (7).


Também neste domingo, a defesa do cônsul deu entrada em um habeas corpus, mas o pedido foi negado pelo plantão judiciário.


Fonte: g1

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