Em entrevista ao Jornal Nacional, nesta terça-feira (23), o candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) foi perguntado sobre a reeleição.
O candidato afirma que a população pretende votar em Lula (PT) para evitar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a pesquisa Datafolha, divulgada em 18 de agosto, Lula lidera as intenções de voto no primeiro turno, com 47%, seguido por Bolsonaro, com 32%. Ciro aparece em terceiro lugar nas intenções de voto no primeiro turno com 7%.
"É grande a massa de brasileiros, e eu espero estar falando com eles hoje, que estão votando no Lula porque querem se livrar do Bolsonaro e esqueceram que amanhã tem o Brasil para governar. Uma grande massa de brasileiros que são frustrados pela enganação do Bolsonaro mas que não querem votar o Lula e o PT. A gente não precisa aceitar isso. Por que que a gente não usa a sabedoria dos dois turnos? Eu to pedindo para mim oportunidade de aclarar as ideias, o Brasil tem saída."
Quando questionado sobre uma possível futura reeleição, Ciro respondeu: "O que destruiu a governança política brasileira nesse modelo que eu estou lhe falando é a reeleição. O presidente se coloca infenso, com medo dos conflitos porque quer agradar todo mundo para fazer a reeleição. O presidente se vende a esses grupos picaretas da política brasileira, [...] de pouco escrúpulo republicano porque tem medo de CPI e porque querem se reeleger."
"Eu tenho outra relação com a questão moral. Eu me garanto, não sou corrupto, resolvi fazer uma vida republicana. Então eu não tenho medo de CPI, pelo contrário, em um governo como o meu, CPI vai me ajudar. Se eu não roubo, não vou deixar ninguém roubar. Então quem denunciar corrupção no meu governo, estará cooperando comigo. E eu abrindo mão da reeleição vou cuidar só de fazer a reforma que o país precisa."
Na sequência, o apresentador do JN, William Bonner, questionou: "O senhor diz que, com isso, o Congresso vai olhar para o senhor de uma forma menos belicosa, ou com maior boa vontade na aprovação de seus projetos?"
O candidato respondeu: "Isto ajuda muito. Eu vou é negociar. Elejam deputados que tenham compromisso comigo, não necessariamente só do PDT. Que tenham compromisso com esse conjunto de ideias. Porque quem você eleger, é com esses que eu sou democraticamente obrigado a negociar. A minha diferença é que o Bolsonaro, por exemplo, denunciou isso e fez o oposto do que denunciou. A minha diferença é que o PT fez o tempo inteiro a denúncia da corrupção dos outros e depois negociou exatamente nas mesmas bases."
"Eu estou anunciando humildemente que, quem quer que o povo eleja, é com eles que eu vou negociar. O que eu prometo: negociar em cima da mesa, sem o toma lá, dá cá e sem a roubalheira. Porque eu vou substituir esse aliciamento por uma aliança do novo pacto das finanças estaduais e municipais, prefeitos e governadores. E tem um fusível, persistiu o impasse somente naquele ponto, por maioria simples eu monto entre a eleição e a posse, peço a autorização do congresso para fazer um plebiscito popular."
A série de entrevistas com os candidatos do JN começou nesta segunda-feira (22), com Bolsonaro, que repetiu mentira sobre urnas eletrônicas, disse que aceitará o resultado das eleições "desde que sejam limpas e transparentes" e defendeu aliança com o Centrão.
Próximos entrevistados
Os próximos entrevistados vão ser Lula (PT), nesta quinta-feira (25); e Simone Tebet (MDB), nesta sexta-feira (26).
Receberam convite os cinco candidatos mais bem colocados na pesquisa divulgada pelo Datafolha em 28 de julho: Lula, Bolsonaro, Ciro, Tebet e André Janones (Avante), que depois retirou a candidatura.
Um sorteio realizado em 1º de agosto com representantes dos partidos definiu as datas e a ordem das entrevistas.
Fonte: g1
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