O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (20) que o Instituto Butantan vai voltar a importar Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da China para iniciar a retomada da produção da vacina Coronavac em solo brasileiro.
Segundo o Palácio dos Bandeirantes, serão importados 8 mil litros do produto da farmacêutica Sinovac para a produção de 10 milhões de doses do imunizante. As vacinas serão destinadas à vacinação de crianças de 3 e 4 anos contra a Covid-19.
A aplicação nessa faixa-etária foi aprovada por unanimidade pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária na última quarta-feira (13). A previsão do governo paulista é que as novas vacinas comecem a ficar prontas já no mês de agosto.
"Tomamos essa decisão hoje, antes mesmo da inclusão no PNI (Programa Nacional de Imunizações), para que a gente tenha vacina suficiente para vacinar as crianças de São Paulo e colocá-las à disposição do Ministério da Saúde para vacinar as crianças do Brasil. A importação deve levar algumas semanas para que, se possível, no mês de agosto, a gente tenha essas vacinas disponíveis e poderemos começar a imunização dessas crianças”, disse Rodrigo Garcia.
"São Paulo vai usar os recursos da Fundação do Instituto Butantan pra fazer essa importação, acreditando que o Ministério da Saúde fará a aquisição das vacinas. Se a gente ficar aguardando inclusão no PNI pra fazer essa aquisição, nós vamos perder semanas preciosas", declarou o governador, que é candidato à reeleição no pleito de outubro.
A Secretaria Estadual da Saúde informou que, caso o Ministério da Saúde não faça a compra dos imunizantes que serão produzidos, São Paulo irá vacinar as crianças do estado com essas doses.
O governo paulista diz que as 10 milhões de doses são suficientes para vacinar todas as crianças brasileiras dessa faixa etária com a 1ª dose do imunizante.
Mudança de orientação
A nova orientação do governo paulista acontece um dia depois de Garcia ter declarado que o Instituto Butantan aguardava a inclusão da Coronavac no Programa Nacional de Imunização (PNI) para iniciar a produção ou importação de nova leva da vacina.
"O Butantan nos informa não tem estoque da CoronaVac e que aguarda a inclusão dessa vacina no PNI dessa vacina para crianças de 3 a 5 anos para que ele possa acionar o laboratório parceiro, trazer as vacinas, envasar e distribuir para todo o Brasil. O início desse processo vai se dar com a inclusão oficial da CoronaVac para vacinar crianças de 3 e 5 anos no PNI", disse Garcia na terça (19).
O Instituto Butantan é fornecedor da CoronaVac para todo o Brasil. Só no estado de São Paulo são 1,1 milhão de crianças nessa faixa etária que agora poderiam se vacinar caso o imunizante estivesse disponível, afirmou do governador na terça (19).
De acordo com o governo paulista, mais de 6,1 milhões de crianças com faixa etária entre 5 e 11 anos já foram imunizadas no estado de São Paulo, sendo que 66,3% deste público está com o esquema vacinal completo e 86,9% foi vacinado com a primeira dose.
Início da vacinação na capital
A cidade de São Paulo iniciou a vacinação contra a Covid de crianças de 3 e 4 anos com comorbidades, deficiência ou indígenas nesta quarta-feira (20). A capital tem cerca de 15 mil crianças com comorbidades nestas idades.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) também disse nesta terça (19) que ainda não é possível vacinar todas as crianças desta faixa etária porque a capital não tem vacinas suficientes em estoque. No total, a capital tem 313.826 crianças com 3 e 4 anos.
Garcia reafirmou na terça (19) que havia falta de doses suficientes para todas as crianças dessa faixa etária nos estoques municipais do estado.
"Tenho visto que os prefeitos de São Paulo e do Brasil que muitas vezes têm estoque da vacina e iniciaram a vacinação e os cumprimento por isso, eles têm autonomia federativa para tomar essa decisão, mas é importante que o Ministério da Saúde se pronuncie rapidamente para que a gente inicie a importação e o envase da vacina senão em algum momento teremos falta de vacinas. Os estoques que estão hoje nas prefeituras não dão para todos aqueles que têm direito, só aqui em São Paulo são 1,1 milhão de crianças, não temos isso em estoque."
Fonte: g1
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