A equipe do presidente Jair Bolsonaro (PL) está preocupada com o fato de que os preços dos alimentos ainda seguem em alta a menos de 70 dias da eleição. Isso pode diminuir, na avaliação de assessores, o impacto do aumento do valor do Auxílio Brasil.
A prévia da inflação em julho registrada pelo IPCA-15 desacelerou, caindo de 0,69% para 0,13% do mês passado para o atual, fruto da redução do preço dos combustíveis e da energia elétrica, principalmente.
Em julho, por sinal, os economistas estão prevendo uma deflação, quando na média os preços caem mais do que sobem, o que está sendo explorado politicamente pelo presidente Jair Bolsonaro.
Afinal, a queda se deve principalmente a medidas defendidas pelo presidente da República, como a redução de tributos federais e estaduais sobre gasolina, diesel, gás de cozinha e energia elétrica. Em contrapartida, porém, o grupo de alimentos e bebidas registrou alta, passando de 0,25% em junho para 1,16% em julho, atingindo principalmente a população de baixa renda no país.
Segundo um assessor presidencial, a estratégia da campanha será faturar politicamente a queda da inflação, mas ele reconhece que para a população de baixa renda ela continua alta e só deve começar a cair a partir dos próximos meses, com melhora principalmente no clima em algumas regiões, evitando quebra de safra da agricultura familiar.
Com uma inflação de alimentos ainda elevada, para a maior parte da população brasileira, o sentimento de melhora ainda não chegará ao bolso, avaliam auxiliares do presidente.
O aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 vai minimizar este peso no bolso do brasileiro, mas, por outro lado, reconhece a equipe presidencial, também diminui o impacto positivo da medida. O pagamento do novo valor foi antecipado de 18 para 9 de agosto, exatamente para tentar fazer chegar mais cedo aos beneficiários do programa o sentimento de que o benefício está maior.
Mesmo assim, a equipe presidencial trabalha com um cenário para agosto de empate nas pesquisas de intenção de voto entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os mais otimistas dentro do Palácio do Planalto arriscam, inclusive, a dizer que Bolsonaro, no final de agosto, já terá ultrapassado numericamente o petista.
Isso já havia sido previsto para acontecer em junho, depois foi passado para julho, mas não se confirmou. Agora, a equipe presidencial prevê o cenário mais positivo para Bolsonaro no final de agosto, quando já terá começado o horário eleitoral gratuito.
Fonte: g1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!