A Polícia Federal pediu nesta sexta-feira (3) ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, a inclusão do ministro da Economia, Paulo Guedes, em inquérito que apura supostas irregularidades no fundo de pensão Postalis, dos funcionários dos Correios, e cujo principal alvo é o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
O inquérito foi aberto em 2017, a pedido da Procuradoria-Geral da República (vídeo abaixo). O ministro Barroso é o relator. O senador é acusado de integrar um suposto esquema de corrupção que agia no Postalis. Na ocasião, Renan Calheiros negou as suspeitas e disse tratar-se de uma acusação sem provas e "uma história requentada".
Segundo o delegado Bruno Calandrini, que assina a petição enviada a Barroso, é necessário investigar Paulo Guedes no inquérito devido às "suspeitas sobre os excessivos ganhos" de um fundo administrado por Guedes na época, que "extraordinariamente alavancou recursos milionários" ao captar recursos de fundos de pensão, entre os quais o Postalis.
O Ministério da Economia informou que não comentará o caso. A defesa de Guedes divulgou nota na qual afirma que o pedido da PF é "tão abusivo e irresponsável que tenta se aproveitar para fazer uma devassa de 6 anos na vida do ministro".
"Por que o delegado quis envolver um ministro de estado em uma investigação que não guarda qualquer relação com essa autoridade, manipulando a verdade dos fatos na tentativa de induzir em erro um Ministro do STF, presidente do inquérito em questão?", indagou a defesa do ministro na nota.
Íntegra da nota
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela defesa de Paulo Guedes:
Nota à imprensa
O delegado finalmente deixou claro que o único objetivo dessa oitiva era expor o Ministro da Economia. A defesa, quando compareceu à Polícia Federal, teve o seu acesso aos autos negado pela autoridade policial, sob o argumento de não ser o ministro Paulo Guedes investigado.
Em razão disso, os advogados peticionaram, para quem de fato e de direito preside o inquérito, ou seja, Ministro Luís Roberto Barroso, requerendo o cancelamento da oitiva ou a justificativa para a intimação, nesse caso, dando-se acesso aos autos.
A PGR, como destacou o Ministro presidente do inquérito, não viu sentido na oitiva do Ministro Paulo Guedes, razão pela qual o depoimento foi cancelado. O pedido do delegado é tão abusivo e irresponsável que tenta se aproveitar para fazer uma devassa de 6 anos na vida do Ministro. Aliás, o próprio Judiciário e a CVM já destacaram que não houve qualquer indício de irregularidade ou crime relacionado ao Ministro Paulo Guedes.
Restou ao delegado trazer a discussão para a imprensa. A dúvida continua: por que o delegado quis envolver um ministro de estado em uma investigação que não guarda qualquer relação com essa autoridade, manipulando a verdade dos fatos na tentativa de induzir em erro um Ministro do STF, presidente do inquérito em questão?
Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, advogados de Paulo Guedes
Fonte: g1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!