O ex-presidente e pré-candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (8) que a proposta do governo Jair Bolsonaro de reduzir o ICMS de combustíveis não vai diminuir o preço para os consumidores. Lula disse ainda que Bolsonaro deveria ter "coragem" para determinar que a Petrobras pare de repassar a alta internacional dos preços para os consumidores.
Bolsonaro anunciou na segunda-feira (6) uma proposta do governo federal para tentar conter a disparada no preço dos combustíveis. A ideia, em linhas gerais, prevê reduzir o ICMS sobre esses produtos e ressarcir os estados sobre eventuais perdas, já que se trata de um imposto estadual.
A alta nos preços dos combustíveis vem preocupando Bolsonaro e aliados, já que esse fator é visto como prejudicial para os planos do presidente de se reeleger.
"Vocês vão ver que toda essa briga da redução do ICMS não vai resultar na bomba nem no botijão de gás nem no diesel, aquilo que ele [Bolsonaro] está criando de expectativa. Ele faria muito mais simples se tivesse coragem de chamar a Petrobras e dizer que é preciso parar", afirmou Lula em entrevista à rádio Itatiaia.
Também na tentativa de conter a disparada dos preços dos combustíveis, Bolsonaro trocou dois presidentes da Petrobras nos últimos meses.
A empresa tem dito que, por lei, é obrigada a repassar para os preços internos as oscilações nos preços do combustível no mercado internacional.
Mudança política de preços e subsídio
Lula disse durante a entrevista, como tem feito em declarações recentes, que o maior impasse para a redução dos preços dos combustíveis é a política de paridade internacional da Petrobras
Para ele, Bolsonaro deveria ter “coragem” para, em uma “canetada”, determinar a derrubada da política.
“Se foi uma canetada para aumentar o preço do combustível no Brasil ao preço internacional, para você tirar também pode ser uma canetada. O presidente, se tivesse coragem, teria feito isso, mas ele quer jogar a culpa nos governadores [...] O presidente, que deveria chamar o Conselho de Política Energética e dar uma canetada, ele fica trocando de presidente da Petrobras para dizer que está tomando atitude”, disse.
Lula defendeu ainda que os lucros acumulados pela Petrobras fossem revertidos em forma de subsídio para abater o preço dos combustíveis. A proposta de subsidiar parte da tarifa já foi discutida pelo governo Bolsonaro.
“Todo esse acúmulo de lucro da Petrobras e da União poderiam ser devolvidos para fazer um subsídio e não tentar jogar nas costas do povo”, afirmou o pré-candidato.
'Calmante' para Ciro
Na entrevista à rádio mineira, Lula comentou declarações do pré-candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes. Ciro afirmou, na segunda-feira (6), que o Brasil vai amanhecer "em guerra" caso o petista seja eleito em outubro.
“Não sabia que ele tinha exército”, afirmou Lula.
Mais adiante, ao ser convidado a responder de forma rápida sobre alguns temas, o ex-presidente disse ter tido uma boa relação com Ciro, que foi ministro da Integração Nacional durante o primeiro mandato do petista, mas que o pedetista precisa de um “calmante”.
“Tive uma bela relação com Ciro. Olha, acho que o Ciro, sinceramente, está precisando de um calmante”, completou Lula.
Fonte: g1
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