O professor norte-americano Matthew Weathers tem feito sucesso no YouTube com os vídeos que exibe em sala de aula, e já soma quase 1 bilhão de visualizações na plataforma. O que chama atenção no conteúdo é que o docente interage com ele mesmo em produções simples, mas divertidas.
Para isso, Weathers filma e edita vídeos para que a versão gravada converse com seu eu verdadeiro na sala de aula.
As produções, que podem ir de um vídeo simples compartilhado com os alunos em uma aula on-line a uma produção mais elaborada com referências da cultura pop, não fazem parte do material pedagógico, mas garantem boas risadas aos alunos.
"É interessante ver a reação deles e definitivamente é um diferencial. Tento fazer as minhas aulas o mais interessante possível, deixando o espaço mais descontraído, mas os vídeos são minha marca registrada", diz ele em conversa com o g1.
Um dos vídeos, feito especialmente para o 1º de abril, conhecido como o Dia da Mentira, e divulgado em 2017 acumula mais de 125 milhões de visualizações em seu canal. Nele, a versão real do docente rabisca sem querer a tela de projeção da sala de aula e conta com sua versão gravada para ajudá-lo a corrigir o erro
Weathers atribui o sucesso do vídeo às referências populares que usou na edição. "Eu descobri que muita gente gosta de Star Wars, e muita gente gosta de gatos. Então, pensei: 'por que não usar isso no vídeo?' E foi o que fiz", explica.
A filmagem elaborada foi fruto de anos de experiência do professor, que faz vídeos interativos desde 2007. Ele diz que busca fazer ao menos um vídeo por semestre. Para isso, conta com ajudantes especiais.
"Nos primeiros anos, alunos de cinema que faziam minhas aulas de Matemática me ajudavam com os vídeos. Mas, nos últimos anos, decidi que eu devia aprender a usar os programas de edição por conta própria. Ainda assim, sempre tive ajuda para gravar e editar os vídeos", explica.
Atualmente, Weathers é professor em meio período e responsável pelo departamento de aprendizagem digital na Universidade Biola, na Califórnia. Por isso, não tem tanto tempo para as produções, que levam cerca de 20 horas para ficarem prontas.
No entanto, o conteúdo que já publicou na internet lhe garantiu um pequeno reconhecimento.
"Uma pessoa na Jordânia [país do sudoeste asiático] viu meus vídeos e me convidou para participar de uma conferência lá e produzir um vídeo especial para eles. Então, fui até a Jordânia participar de um evento de tecnologia graças aos meus vídeos".
Mas não é só isso. O professor ainda lucra em cima das produções, graças à monetização dos vídeos no YouTube. "Não é o bastante para me deixar rico, mas me ajuda a tirar férias confortáveis", brinca.
Como é feito
De acordo com Matthew, existe um passo a passo comum na produção de seus vídeos, mas depende de como ele quer que seja o produto final. Pode ser algo mais produzido ou mais simples.
Antes de tudo, é preciso saber a escala em que o vídeo vai ser exibido, se será usado em um projetor ou na tela do computador, por exemplo. Isso vai impactar nos elementos que serão usados em cena, como um livro, ou a posição de uma interação "física" entre os personagens.
Escrever o roteiro e definir as falas de cada personagem. O que o professor faz nesta parte é destacar o diálogo, aplicando as falas mais complexas à parte do vídeo que será gravada. Assim, ele pode regravar se for necessário e só precisará decorar as frases mais simples.
Gravar a parte da interação que será exibida. Aqui ele lembra que é importante deixar espaço suficiente entre as falas para que a versão real possa responder no momento da exibição.
Analisar material gravado e regravar se necessário. Nesta parte vale revisar se os intervalos estão no tempo ideal e se os elementos da cena ficaram bem posicionados.
Finalizar a edição caso necessário. Weathers nem sempre edita seus vídeos, alguns contam apenas com a interação verbal entre suas versões. Quando faz pós-produção, ele utiliza os programas Adobe Premiere e Adobe After Effects. No caso do vídeo do Dia da Mentira, o professor utilizou o Premiere para gravar a tela de seu computador enquanto realizava as ações que aparecem no vídeo e finalizou com o After Effects para colocar os elementos especiais.
"Parece complexo, mas na verdade é bem simples. É tudo uma questão de ver como vai ficar. Não precisa ser cheio de edição, basta apenas cumprir o objetivo, que, no meu caso, é divertir os alunos", finaliza.
Fonte: g1
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