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terça-feira, maio 24, 2022

Por reeleição, Bolsonaro dá carta branca para troca de diretores e conselho na Petrobras

Além de trocar José Mauro Ferreira Coelho por Caio Paes de Andrade no comando da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro (PL) quer também a substituição de diretores e do conselho de administração da empresa. O foco é um só: intervir no preço dos combustíveis para evitar prejuízos à campanha de reeleição.


Bolsonaro (ao centro) ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes (à direita), durante evento em SP em 16 de maio. — Foto: Isac Nóbrega/PR


Desde que Bento Albuquerque deixou o cargo de ministro das Minas e Energia, Paulo Guedes, ministro da Economia, recuperou poder na estatal e conseguiu emplacar não só o substituto – Adolfo Sachsida –, como indicar o novo presidente da Petrobras.



Segundo o blog apurou, a ala política defendia uma medida mais rápida para diminuir o impacto do reajuste dos combustíveis, como um subsídio – ao que Guedes era contra.


Quando Guedes ganhou a queda de braço e colocou Sachsida à frente das Minas e Energia, ganhou também o sinal verde para fazer mudanças em outros postos estratégicos da Petrobras – como diretorias e conselho – para conter novos reajustes.


Nesse sentido, uma das ideias em discussão no governo é conseguir alargar o espaço entre os reajustes dos preços nas refinarias – por exemplo, garantir um intervalo de 100 dias ou mais entre eles.


A avaliação é que, embora essa alteração não garanta preços mais baixos, pelo menos o governo conseguiria reduzir o número de vezes que o assunto voltaria ao centro do debate público daqui até a eleição.


Cem dias não é um intervalo trivial. De acordo com um levantamento do Observatório Social da Petrobras, desde 2009 nunca houve um espaçamento desse tamanho entre os reajustes da gasolina, por exemplo. O maior intervalo até aqui é o atual, 73 dias.



Essa ameaça de mudanças assusta o mercado. Não à toa, ações da Petrobras na bolsa de Nova York abriram esta terça-feira (24) em forte queda.


E não é certo que, mesmo que o governo queira, as alterações venham a ocorrer, pois dependeriam de passar pelo crivo da política de governança da estatal.


Entre assessores políticos de Bolsonaro, a solução para os preços nos combustíveis, agora, está nas mãos de Paulo Guedes. E esse grupo – integrado por políticos do Centrão – teme que as medidas propostas pela Economia não ocorram a tempo de blindar o presidente do desgaste eleitoral.


Caio Paes de Andrade, novo presidente da Petrobras — Foto: Divulgação


Fonte: Blog da Andréia Sadi

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