Uma parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e da entidade alemã de cooperação GIZ prevê investimentos de 2,6 milhões de euros (cerca de R$ 14 milhões) até 2023 na adaptação de infraestrutura e compra de equipamentos para seis centros de formação de profissionais para a cadeia de hidrogênio verde no Brasil.
O projeto prevê um centro de excelência em Natal e mais cinco centros regionais de treinamento no Ceará, Bahia, Paraná, São Paulo e Santa Catarina. O Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), que fica localizado na capital potiguar, será responsável por coordenar a iniciativa nacionalmente.
O acordo assinado na última sexta-feira (29) terá 20 meses de duração e também pretende desenvolver ações de disseminação da tecnologia de hidrogênio verde no país. A iniciativa corre em paralelo com a capacitação de instrutores para os centros.
Segundo o superintendente de Negócios Internacionais do Senai, Frederico Lamego, a instituição está apoiando a indústriana transição para uma economia de baixo carbono.
“Hoje a demanda pelo hidrogênio verde é mais forte no exterior, sobretudo, na Europa. Ao desenvolvermos essa competência dentro do país podemos impulsionar também a demanda interna pela tecnologia ao tornar seu preço mais competitivo”, diz.
O investimento faz parte do projeto H2Brasil da GIZ, uma parceria entre os governos do Brasil e da Alemanha para apoiar a expansão do mercado de hidrogênio verde e seus derivados no país.
“A participação das energias renováveis na matriz energética brasileira vem aumentando a cada ano e a tendência é que esse número cresça ao mesmo tempo em que os custos de produção baixem. Esse cenário positivo comprova que o Brasil tem potencial para se tornar referência na produção de hidrogênio verde e um dos principais países exportadores do produto”, explica Markus Francke, diretor do Projeto H2Brasil, da GIZ.
O que é hidrogênio verde?
O hidrogênio é um combustível carbono zero, obtido por meio da eletrólise, processo químico em que uma corrente elétrica separa o hidrogênio do oxigênio que existe na água. O gás é chamado hidrogênio verde quando a eletricidade vem de fontes renováveis, como hidrelétrica, eólica e solar. Um dos pontos fortes do Brasil é justamente a matriz renovável, de modo que o país pode se tornar exportador do combustível em alguns anos.
Investimentos mundiais
Em 2021, foi criado o Hydrogen Council (Conselho do Hidrogênio), formado por 109 empresas globais, com capital somado de US$ 6,8 trilhões. Países como a Alemanha, Coreia do Sul, Japão, China, França, EUA e Reino Unido lideram o setor em termos de investimentos e inovação.
O governo alemão adotou, em 2020, a Estratégia Nacional de Hidrogênio, que tem entre as estratégias a construção de parcerias internacionais para produção e exportação de hidrogênio verde. A necessidade de cumprir as metas de descarbonização pode tornar os eletrolisadores aproximadamente 40% mais baratos até 2030, segundo estimativas da GIZ.
Há mais de 200 projetos relacionados ao hidrogênio verde em mais de 30 países. Em 2020, a maior parte dos projetos (85%) estavam na Europa, Ásia e Austrália. De olho nessas oportunidades, o SENAI e a indústria de energia CTG Brasil firmaram parceria recentemente para desenvolver projetos com foco em hidrogênio verde capazes de impulsionar soluções inovadoras e gerar negócios. Ao todo, o “Missão Estratégica Hidrogênio Verde” recebeu 31 inscrições, das quais foram selecionados três projetos.
Fonte: g1
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