Diretores da Petrobras e integrantes do Conselho de Administração da empresa avaliam que há uma chance real de o governo Jair Bolsonaro não adotar medidas para enfrentar uma eventual escassez de diesel no segundo semestre deste ano e ainda culpar a empresa pela falta do combustível.
No último dia 25 de maio, a Petrobras formalizou em ofício algo que já vinha alertando nos bastidores a integrantes do governo: o risco de uma eventual escassez de diesel no mundo e no Brasil, levando a uma crise de abastecimento no país.
A decisão de mandar um ofício visou exatamente deixar registrado que a empresa tem feito o aviso para não ficar, depois, com a culpa.
Mesmo avisado nos bastidores e alertado oficialmente, o governo Bolsonaro não estaria demonstrando, na avaliação de diretores e conselheiros, a preocupação necessária para enfrentar uma situação emergencial, que não seria restrita somente ao Brasil mas também em outros países, por conta de fenômenos sazonais e também conjunturais, como a guerra da Rússia na Ucrânia.
No ofício de 25 de maio, encaminhado ao governo e à Agência Nacional de Petróleo (ANP), a Petrobras destaca que, além do aumento da demanda pelo produto no Brasil e no exterior, vai pesar também a paralisação para manutenção de algumas refinarias, medida de segurança e regulatória.
"Tais paradas são fundamentais e necessitam ser realizadas para atender aos requisitos de segurança e regulatórios. Como consequência, espera-se uma menor disponibilidade operacional do refino, diminuição da produção interna de derivados e aumento da dependência externa", afirma.
O ofício da Petrobras reforça que os "órgãos competentes estão devidamente informados e atualizados sobre o cronograma de paradas de refinarias". Mais à frente, a empresa destaca que esses fatores podem levar a uma crise de abastecimento no Brasil.
"Diante do cenário de escassez global de diesel e do cronograma de paradas programadas das refinarias –apesar dos melhores esforços da companhia, a Petrobras entende que há elevado risco de desabastecimento de diesel no mercado brasileiro no segundo semestre de 2022”.
Ao final do ofício, a diretoria da Petrobras "manifesta a sua preocupação e propõe ao Ministério de Minas e Energia e à ANP que, no uso de suas atribuições e competências, avaliem ações estruturadas visando à segurança do abastecimento nacional de óleo diesel no segundo semestre de 2022".
Fonte: Blog do Valdo Cruz
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