O Ministério Público do Rio Grande do Norte ofereceu denúncia à Justiça contra três suspeitos de matar o advogado Eliel Ferreira Cavalcante Júnior, de 25 anos, no dia 9 de abril.
Segundo a promotoria, eles também deverão responder por tentativa de homicídio qualificada do namorado de Eliel.
O inquérito da Polícia Civil foi concluído e encaminhado para o Ministério Público nesta segunda-feira (2), após a prisão dos dois últimos suspeitos. O homem que seria responsável pelos disparos se entregou à polícia no dia 25 de abril.
Os suspeitos passaram por audiência de custódia nesta terça-feira (3) e tiveram a prisão preventiva mantida pela Justiça.
Apesar da versão defendida da família de que Eliel teria sido vítima de homofobia, o promotor Ítalo Moreira Martins, responsável pelo caso, afirmou que os suspeitos não foram denunciados por esse crime por falta de provas nos autos.
No início das investigações, a Polícia Civil apontou que Eliel e o namorado teriam sido confundidos com assaltantes. Dias depois, no entanto, com base no depoimento do namorado, a família contestou a versão policial e pediu investigação por homofobia. A OAB-RN também pediu a designação de um delegado especial para o caso.
"Para eu colocar na minha denúncia que foi homofobia, eu tenho que ter provas consistentes. Eu tenho que ter alguma demonstração concreta. E não há essa demonstração. No caso, a vítima (o namorado de Eliel) o que ela menciona é que já tinham sido observados, mas em nenhum momento ele menciona que tivesse tido alguma hostilidade anterior, não menciona que tinha sido ameaçado, não menciona nenhum atrito anterior a esse fato", pontuou o promotor.
Por outro lado, o promotor afirmou que a denúncia pode ser alterada durante o processo judicial, caso alguma testemunha ou nova prova apresentada indique a homofobia.
"Vai ter uma instrução. As testemunhas serão novamente envolvidas. Se houver, durante essa instrução, alguma prova concreta de que o fato foi praticado por homofobia, o Ministério Público vai oferecer o chamado aditamento a denúncia e colocar essa motivação de homofobia", pontuou.
A denúncia
Segundo o promotor, os três suspeitos deverão responder pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado. Ainda de acordo com ele, as pessoas na rua ouviram um grito de "pega ladrão". Então, um dos suspeitos, que estava armado, saiu com os outros dois à procura do suposto ladrão e imaginaram que Eliel e o namorado seriam ladrões.
"Quando eles chegaram, as vítimas resolveram correr. E o que estava armado chegou a efetuar disparos contra os dois. Tentou matar os dois", afirmou.
Ainda na versão apresentada à Justiça, Eliel correu para um lado e o namorado para o outro e os três suspeitos seguiram em perseguição a Eliel. "Quando conseguiram alcançar o Eliel, executaram ele. Ele recebeu sete tiros", acrescentou.
O crime
O crime aconteceu por volta das 21h40 do dia 9 de abril, um sábado, no bairro Boa Vista, em Mossoró. O bacharel em Direito estava conversando com o namorado na calçada da Rua Francisco Bernardo, quando foi alvo dos disparos. Segundo a investigação inicial da Delegacia de Homicídios, ele teria sido confundido com um assaltante.
A versão, no entanto, foi contestada pela família do jovem de 25 anos. Isso porque a pessoa com quem Eliel conversava prestou depoimento à Polícia Civil e se identificou como namorado do advogado. Ele também foi alvo dos disparos do criminoso e foi socorrido com vida ao hospital.
No depoimento, o namorado de Eliel contou à polícia que ambos foram vítimas de homofobia. De acordo com o advogado da família, Edson Leão, o principal suspeito do crime mora em frente ao condomínio e sempre observava os dois namorados.
Após ser atingido, Eliel ainda teria conseguido correr até uma agência dos Correios perto do local, mas foi perseguido, segurado e sofreu pelo menos sete disparos de arma de fogo.
Fonte: g1
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