O Ministério da Agricultura (Mapa) multou a cervejaria Backer em R$5 milhões após contaminação que matou dez pessoas e deixou várias outras com sequelas. Segundo a pasta, a punição é consequência de infrações administrativas.
“As penalidades foram impostas devido ao estabelecimento ter ampliado e remodelado a área de instalação industrial registrada, sem devida comunicação ao Mapa; deixar de atender intimações, dentre elas a de recolhimento dos produtos; alterar a composição de cervejas sem a prévia comunicação; comercializar cerveja sem devido registro do produto e por produzir, engarrafar e comercializar 39 lotes de cerveja com presença de monoetilenoglicol ou dietilenoglicol (substâncias tóxicas)”, disse o ministério.
No dia 8 de abril, a empresa informou que voltaria a produziu cerveja Capitão Senra no seu parque industrial. Apesar de não informar data para o início do retorno, a empresa garante que será "o mais breve possível".
O Mapa autorizou a retomada parcial de produção e comercialização de cerveja na fábrica.
“Essa liberação, que continua em vigor, foi concedida para duas adegas no parque industrial da empresa, após serem atendidas as exigências para garantir a segurança dos produtos, referentes às condições dos tanques de fermentação e equipamentos que serão utilizados neste retorno”.
O estabelecimento foi interditado em janeiro de 2020.
“Para o retorno, a cervejaria substituiu em seu processo o fluido refrigerante por solução hidroalcoólica - solução que contém água e álcool. Desde novembro de 2021, a empresa vem produzindo cerveja no parque fabril em formato teste para que os produtos fossem submetidos a novas análises. Com a provação, a Cervejaria Backer está autorizada a produzir, envasar e comercializar seus produtos”, disse o ministério.
O g1 procurou a cervejaria, mas, até a conclusão da reportagem, não houve retorno.
Audiências
Ao todo, 11 pessoas, inclusive os sócios-proprietários da cervejaria Backer, se tornaram réus "por crimes cometidos em função da contaminação de cervejas fabricadas e vendidas pela empresa ao consumidor". Um deles morreu em novembro de 2020.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, os processos do caso estão tramitando no fórum de Belo Horizonte. O processo criminal tem várias audiências marcadas para o final de maio.
Fonte: g1
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