O Ministério Público ofereceu denúncia contra Fred Henrique Lima Moreira - que agrediu a namorada Ana Luiza por três dias, em um apartamento em Copacabana. A Promotoria pediu que o caso fosse tratado em um Tribunal do Júri, já que Moreira praticou crimes considerados hediondos.
A promotora Adriana Alemany de Araujo considerou os crimes de tentativa de feminicídio e cárcere privado, com agravantes, ambos do Código Penal, são suficientes para que o caso saísse do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher para seguir para um Tribunal do Júri.
Além disso, a promotora pediu que a prisão de Fred, até então mantida em regime temporário e que deve inspirar em 30 dias por causa da natureza de seus crimes, seja convertida em preventiva.
“Requer o Ministério Público a conversão da prisão temporária em prisão preventiva do denunciado, uma vez que restam presentes os requisitos autorizadores de sua segregação cautelar como garantia da ordem pública, pois se tratam de crimes hediondos, praticado contra sua namorada, motivado por ciúmes e uma infundada suspeita de traição, revelando a imensa probabilidade de que em liberdade continue a delinquir. Crimes gravíssimos, chocantes, que decerto causam enorme repugnância e ofendem sobremaneira o corpo social, cuja integridade há de ser preservada com a segregação imediata do ofensor”, pontuou a promotora.
Juiza aceitou o pedido
Nesta terça-feira (17), a juíza Adriana Ramos de Mello, do I Juizado Violência Doméstica Familiar, aceitou o pedido e as considerações da promotoria e declinou da competência para um Tribunal do Júri da Capital.
“Diante das considerações, forçoso reconhecer que a competência do Tribunal do Júri é absoluta e se sobrepõe a regra estabelecida no artigo 5º da Lei Maria da Penha, sendo, portanto, este Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher incompetente para apreciar e julgar o presente feito. Por isso, declino da competência em favor de um dos Tribunais do Júri da Comarca da Capital”, disse a magistrada pedindo urgência para a tramitação do caso.
'Foi um filme de terror real'
Ao saber da notícia, a jornalista Ana Luiza Dias, de 37 anos, se disse aliviada com a decisão e com a possibilidade de Fred continuar preso.
"É um alívio saber que ele vai continuar preso. Fico em paz também porque tudo foi comprovado. O IML comprovou tudo o que eu falei, todas as torturas, todas são verdadeiras. É muito triste, mas foi real esse filme de terro que eu vivi. Ou melhor, sobrevivi", disse ao g1.
O caso
Fred Henrique Lima Moreira foi preso no dia 4 de maio e vai responder por tentativa de feminicídio, estupro, cárcere privado e tortura. Ele agrediu, torturou e manteve presa a namorada, Ana Luiza Dias, de 37 anos, em um apartamento em Copacabana.
No apartamento onde ele estava, a polícia encontrou um bastão retrátil, um soco inglês e uma réplica de pistola. O suspeito permaneceu calado durante depoimento, segundo a polícia.
Ficha criminal extensa
Essa não é a primeira passagem de Fred Henrique pela polícia. Segundo os investigadores, o suspeito já tem ficha por violência doméstica, tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo e ameaça.
Traumatismo craniano e mandíbula fraturada
Exames constataram que Ana Luiza teve um traumatismo craniano e fratura na mandíbula. Ela ficou internada até quarta-feira (4).
"Foi ciúme, misturado com loucura. Ele cria histórias na cabeça dele - falou que tinha clonado meu celular. Ele inventou um motivo e partiu para cima de mim - está aqui o resultado. Estou com uma mandíbula de titânio, estou torta."
Fonte: g1
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