Após um mês de buscas, o Corpo de Bombeiros do Amazonas anunciou neste domingo (15) que a operação para encontrar o paraquedista Luiz Henrique Cardelli está encerrada. Ele desapareceu no dia 15 de abril, quando realizou um saltou e foi levado por uma ventania em Manaus.
A Polícia Civil informou que as investigações do caso seguem em andamento. Em nota, a família do atleta afirmou que apoia as investigações e espera que seja feita justiça ao caso (veja os detalhes abaixo).
Segundo os bombeiros, nos primeiros 15 dias de buscas, mais de 100 militares trabalharam na operação para encontrar o paraquedista, durante 16 horas por dia. A partir da segunda quinzena, o efetivo foi reduzido para 40 homens, que passaram a realizar as buscas por 8 horas diárias.
Foram realizadas varreduras detalhadas em mais de 600 quilômetros quadrados. As buscas ocorreram no rio, e em terra. Como nada foi localizado, os bombeiros decidiram encerrar a ocorrência.
Por outro lado, a corporação informou que atenderá, a partir de agora, por demanda. Ou seja, caso alguém encontre algum vestígio que possa ser do paraquedista, as equipes serão deslocadas para atendimento.
Relembre o caso
No dia 15 de abril, o atleta estava em um grupo formado por 14 paraquedistas que realizava saltos na capital amazonense, e foi surpreendido pelo forte vento e pela chuva que atingiu a cidade.
Durante o temporal, quatro atletas acabaram saindo da rota correta. Dois deles foram resgatados no mesmo dia, enquanto uma paraquedista foi encontrada no dia seguinte, já sem vida.
No dia 26 de abril, um vídeo divulgado pelo advogado e representante da família do paraquedista Luiz Henrique Cardelli, Athos Cardoso, mostra uma amiga do atleta questionando-o sobre o salto durante o mau tempo que fazia em Manaus no dia em que ocorreu o incidente.
Uma semana após o caso, a Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPq) determinou a suspensão das atividades de salto no Aeroclube Amazonas por 30 dias.
Confira o posicionamento da família
A família e os amigos choram a dor do desaparecimento, sobretudo por não ter qualquer vestígio de seu paradeiro, o que se pode imaginar a angústia e tristeza por parte de todos que o conheciam.
Luiz Henrique Cardelli é um guerreiro, mas não há dúvidas de que a tempestade previsível, o forte vento e a correnteza dificultaram muito sua luta intensa pela sobrevivência.
Nesse sentido, há uma via lógica e legítima a ser questionada. Nenhum “equipamento” foi capaz de prever a tempestade no mês de abril? Nenhum “equipamento” foi capaz de proibir e fechar a área de salto naquelas condições?
Sabe-se que, por óbvio, o paraquedista possui sua autonomia enquanto tomador de decisão. No entanto, acreditamos que todo paraquedista deve receber todas as informações essenciais à prática direta do esporte, que são intrínsecas à formação de uma decisão final.
Acreditamos no trabalho da Polícia Civil do Estado do Amazonas e seguimos vigilantes na busca por esclarecimentos.
Desejamos que todas as partes envolvidas prestem depoimentos, à exemplo de todos os paraquedistas que estavam na aeronave, piloto, mestres de salto, responsáveis técnicos pela região (RTA – RTAG), proprietários da escola de salto, Aeroclube de Manaus, bem como as demais instituições por intermédio de seus representantes: CINDACTA, Comando do Corpo de Bombeiros, Secretaria de Segurança Pública, Defesa Civil, Instituto Nacional de Meteorologia Defesa Civil, Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), Exército, Aeronáutica e Marinha.
A Justiça de Deus será feita e a Justiça dos homens precisa ser feita, com foco na prevenção de casos similares e ao aperfeiçoamento do próprio esporte.
Por fim, os representantes seguem à disposição para eventuais esclarecimentos e desejam os mais sinceros votos de solidariedade à família e aos amigos da jovem Ana Carolina Silva.
Fonte: g1
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