O último 1º de maio, feriado que celebra o Dia do Trabalho, foi marcado por manifestações de duas vertentes:
centrais sindicais organizaram atos marcados por apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e críticas ao governo Jair Bolsonaro (PL);
e apoiadores do presidente se colocaram em defesa do mandatário e de militares – também voltaram a pedir "voto impresso" e a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF).
As manifestações, segundo a avaliação do analista político Thomas Traumann, têm pautas "incomparáveis", mas ditam um clima de "amistosos antes do campeonato".
Nas últimas semanas, tanto Lula que é pré-candidato de seu partido nas eleições de outubro, quanto Bolsonaro têm se dedicado a falar às respectivas bases eleitorais. Mas o atual presidente estaria mais disposto a investir em uma polarização, tomando como estratégia o desgaste do eleitor de centro que "se sente órfão" de representação política.
"Isso é uma tática que Trump também tentou nos Estados Unidos: tornar a eleição uma coisa tão insuportável que as pessoas não queiram mais saber de política. A tática que Bolsonaro vai tentar nos próximos meses é de radicalizar o discurso", explica o analista político.
"E aí o eleitor de centro pode decidir não votar, ou sair fora da disputa."
Agenda de Lula não está posta
No episódio #697 do podcast O Assunto, Thomas Traumann ainda diz que Lula comete um erro tático quando não apresenta sua agenda política com clareza, especialmente para os eleitores indecisos.
"A gente tenta entender o que seria um eventual governo Lula, e as respostas são sempre 'como foram os governos anteriores', o que não é uma resposta porque, afinal de contas, os desafios que o Brasil tem a partir de 2023 são muito diferentes os desafios que o Brasil teve de 2003 até 2015", diz.
"Por enquanto, a campanha do Lula é: 'Não sou o Bolsonaro'."
Fonte: g1
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