A Polícia Civil prendeu nesta segunda-feira (25) o suspeito de ter cometido o homicídio do advogado Eliel Ferreira Cavalcante Júnior, ocorrido em Mossoró no dia 9 de abril. O homem de 38 anos se apresentou à Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa de Mossoró (DHM) e os policiais deram cumprimento a um mandado de prisão preventiva.
Durante as investigações, ele foi identificado como autor dos nove disparos de arma de fogo que atingiram a vítima. O suspeito foi ouvido nesta segunda-feira e, de acordo com a Polícia Civil, confessou a autoria do crime.
Em entrevista coletiva, o delegado Rafael Arraes deu detalhes sobre o caso e afirmou que o suspeito teria declarado que a motivação foi por acreditar que Eliel Ferreira estava cometendo um crime de roubo.
O suspeito foi encaminhado para o sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça.
Advogado da família vê "crime de ódio"
Edson Lobão, advogado da família de Eliel, afirmou à Inter TV Cabugi que "discorda totalmente da versão exposta" pelo suspeito preso nesta segunda-feira.
"Não temos dúvidas de que foi um crime de ódio e de homofobia, e isso será em breve provado. O acusado tinha conhecimento de que praticamente todos os dias o Eliel ia visitar Lucas. Ele já conhecia o Eliel. Então essa versão de que ele foi confundido com um assaltante cai por terra totalmente. O acusado matou Eliel por discordar de sua orientação sexual e tentou matar Lucas da mesma forma. Foi um crime de ódio", relatou.
O advogado disse ainda que acredita na participação de mais três envolvidos e que mais provas estão sendo reunidas. Também foi feito um requerimento junto ao Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) para que seja apresentado com a maior brevidade possível o exame cadavérico. "Chegou ao nosso conhecimento que, após a morte, no solo, Eliel teria sido chutado. Queremos saber se existem mais hematomas, se foi usada apenas uma arma ou mais de uma e quais calibres", contou o advogado.
O caso
Eliel Ferreira, 25 anos, foi morto a tiros próximo ao apartamento onde o namorado morava na noite do dia 9 de abril. Inicialmente, a Delegacia de Homicídios (DHM) de Mossoró apontou que o advogado teria sido confundido com um assaltante pelo autor dos disparos.
A versão, no entanto, foi contestada pela família de Eliel, que afirmou que o crime foi cometido por homofobia.
Isso porque a pessoa com quem Eliel conversava prestou depoimento à Polícia Civil e se identificou como namorado do advogado. Ele também foi alvo dos disparos do criminoso e foi socorrido com vida ao hospital.
No depoimento, o namorado de Eliel contou à polícia que ambos foram vítimas de homofobia. De acordo com o advogado da família, Edson Leão, o principal suspeito do crime seria um homem que mora em frente ao condomínio e sempre observava os dois namorados.
Após ser atingido, Eliel ainda teria conseguido correr até uma agência dos Correios perto do local, mas foi perseguido, segurado por outra pessoa e sofreu pelo menos mais sete disparos de arma de fogo.
Fonte: g1
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