Pré-candidato do PT nas eleições presidenciais, Lula (PT) defendeu, em um evento na última terça-feira (5), o direito de mulheres fazerem aborto. O debate realizado em São Paulo contou com ex-integrantes do Parlamento Europeu.
O petista criticou o fato de mulheres pobres morrerem ao tentar abortar enquanto "madame pode fazer um aborto em Paris" ou "ir para Berlim procurar uma clínica boa".
"Aqui no Brasil ela não faz porque é proibido, quando na verdade deveria ser transformado numa questão de saúde pública e todo mundo ter direito e não ter vergonha", disse.
No primeiro semestre de 2020, mais de 80 mil mulheres foram atendidas pelo SUS em todo o país em razão de abortos malsucedidos - provocados ou espontâneos. O total é 79 vezes maior do que o de interrupções de gravidez previstas pela lei no período: 1.024 abortos legais realizados à época
Lula afirmou que a pauta da família e valores "é uma coisa muito atrasada" e que se deve "assumir a discussão tentando fazer a sociedade evoluir e não compartilhando do retrocesso".
Pouco antes, o petista citou a forma como o presidente Jair Bolsonaro trata as mulheres. "O comportamento dele com relação às mulheres não lhe dá o direito desses valores. Ele não respeita, ele acha que a mulher é um objeto, sabe? Então, é esse cidadão que tenta pregar valores para um grupo", disse.
O debate foi promovido pela Fundação Perseu Abramo com a alemã Fundação Friedrich Ebert, em São Paulo, com participação do ex-presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz.
Fonte: g1
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