Os servidores da saúde de Natal continuam em greve, com adesão que reduz o efetivo em aproximadamente 60% nas unidades de atendimento da capital potiguar. Em coletiva, representantes do Sindsaúde apontam uma falta de diálogo por parte do poder público municipal. A Prefeitura busca um entendimento nas vias administrativas e não estuda medidas judiciais até o momento. A próxima reunião dos grevistas com o poder executivo foi confirmada para o dia 29 de abril.
Na ocasião, a Prefeitura deve ter finalizado o impacto financeiro das medidas reivindicadas pelas categorias. Em entrevista concedida à InterTV na manhã desta quarta-feira (20), George Antunes, titular da pasta municipal de Saúde (SMS), confirmou que pediu maior celeridade para que a Secretaria de Administração conclua o impacto financeiro necessário. O documento vai nortear o prefeito Álvaro Dias na proposta a ser apresentada aos servidores no dia 29.
Dentre os pedidos dos trabalhadores, estão a revisão da data-base, revisão e atualização do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV), implantação de gratificações, o não fechamento de serviços, como o Hospital Municipal de Natal, e a convocação do cadastro de reservas. O secretário reconheceu que o movimento e suas reivindicações são legítimas mas pediu a suspensão da greve para lidar com o aumento na procura pelo serviço de saúde pública.
Antunes também citou a possibilidade de contratos temporários como uma possível forma de desafogar o sistema. “Mesmo sendo um movimento legítimo, traz um prejuízo enorme para a população. Estamos apertando nossa equipe de Recursos Humanos e pedindo celeridade à Secretaria de Administração para concluir esse impacto financeiro. O poder público vai ter que criar mecanismos de atendimento. Outro ponto seria, e faço esse apelo, que momentaneamente essa greve fosse suspensa”, disse.
A alta no número de casos de virose, por exemplo, levou a Secretaria Municipal de Saúde a montar um atendimento às urgências de menor gravidade nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Pajuçara e Cidade da Esperança, em caráter excepcional e temporário, a partir desta quinta-feira (21). Devem procurar essas unidades pessoas com dor de cabeça, febre de até 38 graus, tosse seca não persistente, dor nos braços, dor nas pernas e moleza no corpo. Segundo o Município, a procura por atendimento infantil cresceu em até 115%.
Em coletiva realizada na sede do Sindsaúde/RN, a diretora Erika Galvão comentou sobre a adesão dos servidores. “Tivemos uma reunião do Comando de Greve nesta terça-feira (19) onde fizemos um balanço do movimento. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Natal estão quase 70% paralisadas, existe uma grande adesão dos servidores que são do quadro efetivo. As Unidades de Pronto Atendimento (UPA), incluindo Samu, estão quase 100% paralisadas, respeitando o quantitativo mínimo de 30% necessário para prestação do serviço essencial. A orientação é que fiquem mais do que isso se for serviço de urgência e UTI”.
O sindicato diz que não houve mais nenhum tipo de contrapartida por parte da Prefeitura, desde o encontro entre as partes na terça-feira passada (12). “A população paga o preço por essa falta de diálogo. Não é só porque estamos paralisados que o caos da saúde existe. Antes da pandemia existia e com a pandemia piorou porque os serviços já eram precarizados. A superlotação e falta de insumos básicos não são novidade na cidade de Natal. A greve não é só por questão salarial, mas também pela melhoria do serviço de saúde”, finaliza a diretora.
Fonte: Tribuna do Norte
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