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quinta-feira, abril 07, 2022

Bandidos aplicam golpes em parentes de pacientes internados em hospitais particulares do Rio



Bandidos estão aplicando golpes nos parentes de alguns pacientes internados em hospitais particulares do Rio. De acordo com os relatos de algumas vítimas, os criminosos se passam por intermediários e pedem dinheiro em nome de médicos e instituições.


Foi o que aconteceu com a analista contábil Isís de Jesus, que estava internada com sintomas de amidalite no Hospital Casa de Portugal, no Rio Comprido, Zona Norte do Rio. De acordo com ela, um homem ligou para o seu quarto, confirmou alguns dados do prontuário e pediu o contato de uma pessoa próxima.


"Ligaram pra ela se passando por um médico e dizendo que eu tava com uma doença mais grave do que amidalite. Falaram que meu quadro poderia virar leucemia. Estavam pedindo dinheiro para poder pagar a transferência de hospital. Pediram R$ 5,6 mil para transporte do hospital pro outro, para os aparelhos e para as medicações".



Entretanto, o marido de sua amiga desconfiou.


"Foi quando ela ligou para o hospital e perguntou se tinha um médico [com aquele nome], e falaram que não tinha nenhum médico. Então, ela viu que era golpe", completou.


No mesmo hospital, a família da paciente Andrea não teve a mesma sorte.


"Eu tinha uma prima que foi diagnosticada com câncer. Ela fez uma cirurgia de emergência e quando ela tava saindo da UTI, já estava no quarto, ligaram para o quarto dela no hospital dizendo ser um médico. Então, o suposto médico disse que ela precisava fazer uns exames laboratoriais muito delicados. Esses exames teriam que ser feitos fora do hospital e, pra isso, teriam que ser pagos à vista", contou a gerente financeira Andrea Vieira.


Preocupados, os parentes transferiram mais de R$ 8 mil.


"A pessoa fica muito abalada emocionalmente, né? Então, ela acaba por fazer coisas que não deveria", finalizou.


Os golpistas agem em vários hospitais. Outro paciente ouvido pelo RJ1 teve trombose e precisou ficar no CTI do Norte D'or. Ele só não perdeu R$ 5 mil porque a irmã dele já havia caído no mesmo golpe quando o pai foi internado.


"Eu havia acabado de sair do CTI. Eu ainda estava grogue, tomando remédio controlado. Eles sabiam o número do meu quarto, eles me chamaram pelo meu nome. Como?", desabafou o jornalista e professor aposentado Ricardo Gusmão.


O Norte D'or tem alertas espalhados sobre o golpe para que os pacientes e seus familiares não façam nenhuma transação bancária.


A Associação dos Hospitais Particulares do Rio também faz o alerta.


"Os pagamentos devem ser feitos sempre à tesouraria do hospital ou então diretamente ao médico assistente ou anestesista, quando isso for necessário", informou Graccho Alvim, presidente da associação.


A Polícia Civil informou que está investigando os casos.


O Hospital Norte D'or disse que não faz pedido de pagamentos por telefone, seja para comprar remédios ou para o tratamento de pacientes. Também informou que caso alguém receba ligações desse tipo, deve entrar em contato com a unidade.


O Hospital Casa de Portugal disse que tem conhecimento dos casos mostrados na reportagem e que alerta os pacientes desde a chegada na unidade. Disse também que orienta as pessoas a registrarem os casos na delegacia.


Fonte: g1

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