sábado, março 19, 2022

Primeiro-ministro britânico diz que seria um 'erro' restabelecer relações normais com a Rússia

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertou neste sábado (19) que seria um "erro" retornar às relações normais com a Rússia, mesmo que a invasão da Ucrânia cesse.


O premiê britânico Boris Johnson e o presidente da Rússia, Vladimir Putin — Foto: Ints Kalnins/Reuters e Sputnik/Aleksey Nikolskyi/Kremlin/Reuters


"Tentar normalizar as relações com Putin depois disso, como fizemos em 2014, seria cometer o mesmo erro novamente", disse Johnson, referindo-se à anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia.


Em discurso no congresso em Blackpool (norte da Inglaterra), na presença do embaixador ucraniano em Londres, Vadim Pristaiko, Boris Johnson declarou que havia chegado a hora de "escolher entre a liberdade e a opressão".


O primeiro-ministro considerou que aqueles que "acham que seria melhor se acostumar com a tirania" estão "profundamente enganados".


Horas antes, a secretária de Relações Exteriores britânica, Liz Truss, disse temer que as negociações para uma trégua entre a Rússia e a Ucrânia fossem apenas uma "cortina de fumaça" usada pelo Kremlin para intensificar sua ofensiva. Em entrevista ao jornal The Times, Truss disse estar "muito cética" sobre essas negociações e considerou que a Rússia poderia estar usando-as "para distrair".


"A invasão deles não está indo como planejado. Não vemos nenhuma grande retirada das tropas russas ou nenhuma proposta séria na mesa. Os russos mentiram e continuam mentindo. Temo que a negociação seja apenas mais uma tentativa de distrair e criar uma cortina de fumaça", acrescentou.


A ministra estimou que se "um país leva a sério as negociações, não bombardeia cegamente os civis no mesmo dia". Truss reagiu assim ao último relatório do ministério da Defesa britânico sobre a situação na Ucrânia tornado público no sábado e no qual se afirma que "o Kremlin não atingiu até agora os seus objetivos iniciais" e "foi forçado a mudar de táctica".


Isso "provavelmente implicará em uso cego do poder militar, o que trará um aumento de baixas civis, destruição da infraestrutura ucraniana e uma intensificação da crise humanitária", previu. Ucranianos e russos realizaram várias reuniões desde 24 de fevereiro, dia em que a invasão russa começou. Esta semana, as negociações foram por videoconferência.


O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenksy, pediu neste sábado que a Rússia concorde com uma reunião para discutir a paz.


Fonte: Frances Presse

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