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segunda-feira, março 07, 2022

Máscaras deixam de ser obrigatórias no Rio

Moradores do Rio não precisam mais usar máscaras, em qualquer lugar. Uma edição extra do Diário Oficial, publicada na tarde desta segunda-feira (7), traz um decreto do prefeito Eduardo Paes (PSD) com o fim da obrigatoriedade.


Paes explicou que cumpriu a determinação do Comitê Científico, que se reuniu nesta manhã e, diante do melhor cenário epidemiológico da pandemia, decidiu pelo afrouxamento.


O Rio é a primeira capital do país a fazê-lo.


Decreto de Eduardo Paes traz o fim da obrigação de usar máscaras — Foto: Reprodução

Vendedoras comemoram o fim do uso obrigatório da máscara em loja na Saara, Centro do Rio — Foto: Marcos Serra Lima/g1


'Passaporte' por mais 3 semanas

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, ressaltou, no entanto, que a exigência do "passaporte vacinal" continua mantida pelo menos até o fim de março — ou quando a cidade chegar a 70% da população adulta com a dose de reforço. Hoje, esse indicador está em 54%. Entenda mais abaixo quais lugares exigem o passaporte vacinal.


“Temos a menor transmissão desde o começo da pandemia, de 0,3, e uma positividade menor que 5%, com uma redução gradativa ao longo das últimas semanas”, afirmou Soranz.


“Hoje é cada vez mais difícil ver um caso grave de Covid no Rio por causa da nossa alta cobertura vacinal”, pontuou o secretário.


Ainda segundo Soranz, se o carnaval tivesse causado alguma mudança, “a prefeitura estaria vendo uma alteração nos índices”.


Máscaras de proteção facial secam em varal improvisado — Foto: Marcos Serra Lima/G1


Secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz — Foto: Cristina Boeckel/g1


Exceções

Soranz atentou para casos pontuais para o uso de máscara.


“Importante enfatizar que as pessoas que possuem imunossupressão ou comorbidades graves e que não tenham se vacinado sigam usando máscara”, afirmou.


“Pessoas que estão com sintomas respiratórios também devem usar máscara para evitar transmissão. Outra ação que a secretaria vai manter é a capacidade de testagem”, emendou.


De acordo com Daniel Becker, médico pediatra sanitarista e membro do comitê, é recomendado que as crianças que ainda não têm as duas doses da vacina ainda usem máscaras até atingir a cobertura completa.


A decisão no ambiente escolar ficará a cargo de cada escola, segundo Becker.


“Foi um consenso. Os dados epidemiológicos são favoráveis. Este é o melhor momento para liberar as máscaras”, disse Becker.


Para a população adulta, a vacinação completa, no caso, são as duas doses e a dose de reforço.


'Índices controlados'

Na semana passada, Soranz afirmou que a alta cobertura vacinal na capital ajudou a cidade a manter controlados os índices de contaminação da Covid. Segundo ele, não esperava um aumento significativo no número de casos, mesmo com festas e blocos clandestinos que saíram durante o período em que se celebrou o carnaval.


"A estratégia de limitar a entrada de turistas sem vacina na cidade do Rio de Janeiro funcionou. Ele é obrigado a apresentar o passaporte vacinal para ir aos principais pontos turísticos. Certamente, isso desestimulou a vinda de turistas não vacinados para a cidade, e a gente viu, com a nossa cobertura vacinal, que não teve um aumento de casos no período", disse Soranz.


Soranz acrescentou que o número de casos positivos era cada vez menor e, de acordo com os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma taxa menor que 5% de contaminados entre todos os estados indica controle.


"É cada vez mais raro encontrar um caso grave de Covid na cidade. No último fim de semana (26 e 27 de fevereiro), a gente chegou a uma positividade de 3,9%. É uma queda bastante importante."


Ainda assim, o secretário ressaltou na ocasião que era preciso que a população não descuidasse do cronograma vacinal. Soranz orientou a quem ainda não tomou a segunda dose e a dose de reforço, que procure as unidades de saúde do município.


Exigem o passaporte hoje:

bares, lanchonetes, restaurantes e refeitórios (áreas internas ou cobertas);

boates, casas de espetáculos, festas e eventos em geral;

hotéis, pousadas e aluguel por temporada;

salões de beleza e centros de estética;

academias de ginástica, piscinas, centros de treinamento, clubes e vilas olímpicas (já era exigido);

estádios e ginásios esportivos;

cinemas, teatros, salas de concerto, salões de jogos, circos, recreação infantil e pistas de patinação;

museus, galerias e exposições de arte, aquário, parques de diversões, parques temáticos, parques aquáticos, apresentações e drive-in;

conferências, convenções e feiras comerciais.

Fiocruz vê precipitação

Pesquisadores do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)acreditam que a liberação do uso de máscaras em ambientes fechados é uma decisão precipitada e que deveria ser realizada em etapas.


“O Rio de Janeiro não é uma ilha, está cercado por outras cidades da Região Metropolitana, com índices de coberturas vacinais e taxas vacinais diferentes”, disse o pesquisador em saúde pública Raphael Guimarães.


Alerj, ônibus, universidades e escolas

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) informou que, a partir da próxima quarta-feira (9), fica desobrigado o uso de máscaras por visitantes e funcionários dentro do Palácio Tiradentes.


Já a Rio Ônibus, empresa responsável por administrar os quatro consórcios do transporte rodoviário na cidade, divulgou uma nota pedindo que os usuários dos ônibus no município continuem utilizando o acessório de proteção, apesar do decreto da Prefeitura do Rio colocar um fim na obrigatoriedade.


Algumas universidades também já se manifestaram mantendo a obrigatoriedade ou recomendação de uso de máscara.


A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) disse que na instituição o item para evitar disseminação da Covid continuará a ser exigido.


Já a PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica) afirmou em comunicado que continua a recomendar o uso de máscara no campus como "medida de autoproteção e cuidado com o próximo".


Nas escolas públicas municipais e estaduais, os alunos poderão abrir mão da máscara. Já nas escolas particulares, a decisão sobre o uso caberá a cada escola.


Fonte: g1

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