Nos últimos dois meses, o Facebook marcou, em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 2,8 milhões de posts na rede. Marcar os conteúdos significa incluir neles um acesso direto à página da Justiça Eleitoral, com desmentidos contra fake news nas eleições.
As publicações que recebem a marcação oficial geralmente contêm palavras-chave como "eleição", por exemplo. Não são posts necessariamente com desinformação.
Essa iniciativa do TSE e da rede social aumentou em dez vezes, em janeiro e fevereiro, o acesso de internautas à página da Justiça Eleitoral. Foram 1,4 milhão de acessos ao site do TSE nesses meses.
A estratégia de criar as marcas em conteúdos nas duas redes visa aumentar a circulação de informações verdadeiras e confiáveis sobre as eleições.
O crescimento do acesso ao site da Justiça Eleitoral, na avaliação do TSE, confirma o interesse nas redes sociais pelas informações institucionais ou por desmentidos que a Justiça Eleitoral tem em sua página.
O presidente do TSE, ministro Edson Fachin, disse que essa busca pelas informações verdadeiras demonstra que “a má informação se combate com a boa informação e com mais informação correta”.
Fachin disse ainda que a experiência tem evidenciado que os eleitores brasileiros querem se informar bem para fazer a melhor escolha na hora do voto.
“De fato, aumentou enormemente a busca por informações nos sites da Justiça Eleitoral. E mais do que isso: esse mecanismo revelou que a população brasileira quer mesmo informação correta. As eleitoras e os eleitores querem estar bem informados, para votar bem, para escolher seus representantes e depositar de modo livre e consciente seu voto na urna. É com ferramentas assim que a Justiça Eleitoral, em colaboração com as plataformas digitais, vai combater a desinformação”, afirmou o ministro.
As redes e a Justiça
No Brasil, Justiça e as redes sociais vêm travando nos últimos meses uma relação de diálogo e alguns conflitos em torno da adoção de práticas para evitar disseminação de informações falsas.
A preocupação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é com a interferência indevida das fake news na vida política e institucional do país, e também nas eleições.
As redes, que a princípio resistem em abrir mão de suas estratégias de mercado, começaram a aceitar parcerias e práticas para coibir a infestação do ambiente democrático pelas fake news.
O maior atrito no momento é com o Telegram, aplicativo de mensagens. A rede vem se recusando a aceitar algumas imposições da Justiça. Na sexta-feira (18), por esse motivo, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, chegou a suspender a atividade do Telegram em todo o país.
A suspensão foi retirada por Moraes neste domingo (20), após o Telegram cumprir parcialmente determinações judiciais que estavam pendentes. Entre elas:
indicar à Justiça um representante oficial do Telegram no Brasil (pessoa física ou jurídica);
informar ao STF, "imediata e obrigatoriamente", as providências adotadas pelo Telegram para "o combate à desinformação e à divulgação de notícias fraudulentas, incluindo os termos de uso e as punições previstas para os usuários que incorrerem nas mencionadas condutas";
excluir imediatamente os links no canal oficial de Jair Bolsonaro, no Telegram, que permitem baixar documentos de um inquérito sigiloso e não concluído da Polícia Federal (veja detalhes abaixo);
bloquear o canal "Claudio Lessa", fornecer os dados cadastrais da conta ao STF e preservar a íntegra do conteúdo veiculado nesse espaço.
Fonte: g1
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